Apesar de ficar feliz com a presença de meu pai, eu não conseguia esconder meu nervosismo com essa visita que jamais esperaria ter, principalmente por ser tarde e por isso, não deixaria ele voltar para casa a essa hora da noite.
Depois de finalmente entrarmos em casa e logo após de um apertado abraço, fui ansiosamente indagar o porquê daquela surpresa:
- Eu já tava morrendo de saudades de você! Mas pai, como que você achou nossa casa? Por que no nosso último encontro, a casa que foi apresentada pra você e pra minha mãe não foi essa...
- Olha. Você deveria no mínimo ter me falado sobre isso. Que susto eu levei quando fui naquela casa e veio um marmanjo dizendo que não morava nenhuma Mari ali. Por sorte, ele conhece a Ananda, e me falou o endereço daqui.
- Pois é! Essa é nossa verdadeira casa. Digamos que aquela foi uma pegadinha da Ananda. Mas, o que te trouxe aqui em uma hora dessas? Você não é de passear ...
- É, minha filha. Eu não vim só à passeio.
- Como assim. Você e mamãe vão se mudar pra São Paulo?
- Sua mãe não!
- Não tou entendendo, pai. -
E um silêncio pairou no lugar, me deixando mais nervosa ainda. Dos olhos do meu pai, começaram a cair lágrimas. Apesar dele tentar disfarçar, foi impossível não notar. Enquanto Ananda pegava um copo com água pra acalmá-lo, eu tentava dar uma força com meu abraço e meu carinho, apesar de não saber ainda o motivo daquele choro.
Após ele beber a água e se acalmar, tirou do bolso o celular e mexeu por uns 30 segundos:
- Mari, eu não queria te contar dessa maneira, me desculpa, mas a úncia forma de explicar tudo o que aconteceu é te mostrando esse vídeo. Eu não tenho palavras pra isso... -
Após eu apertar o play, me deparei com as imagens mais nojentas que já tinha presenciado. Não tive estômago pra ver o vídeo até o fim. Naquele momento eu só tinha ódio e nojo da minha mãe:
- Quem é esse que tá com ela?
- O pastor da igreja. Mari, me perdoa por mostrar isso, mas, você tinha que ver pra entender tudo o que aconteceu... A cidade toda já viu! -
Vergonha! Essa era a palavra mais apropriada para aquela situação. Minha mãe que sempre me deu lição de moral até por uma goma de mascar que eu colocasse na boca, estava nesse momento em todos os celulares da cidade sendo zuada por fazer vídeo fazendo sexo. E pior, com o pastor da igreja que ela frequentava. Se minha cabeça já estava confusa com essa situação, imagina meu pai. A cidade por ser pequena, todo mundo deve só estar falando disso. Como vai ficar o pastor e sua família? Os fiéis da igreja? E a minha família, como vai ficar depois dessa vergonha? Eu só queria matar minha mãe nesse momento:
- O que você disse para ela?
- Eu não precisava dizer muita coisa. Ela já tá sendo humilhada o suficiente com essa situação, e sua mãe sabe o tamanho do problema que causou pra vida dela a partir disso. Eu sinceramente nunca imaginei que ela fosse me trair um dia, e com o pastor da igreja... Nunca passou pela minha cabeça. Eu tou com tanto nojo dela, que não aguentaria passar uma noite a mais naquela casa. E eu não posso pisar o pé fora de casa que todo mundo cochicha e fica olhando pra mim. Antes de sair, eu falei pra ela colocar minhas roupas na mala, que amanhã eu voltaria pra pegar. E sabe o que ela me pediu? Que eu não te procurasse, que você nos abandonou e que não seria preciso você saber dessa situação. Lógico que ela não quer que você veja esse vídeo. Mas, deixei bem claro para onde viria, e quem seria a primeira pessoa a saber de tudo o que aconteceu.
- Você vai voltar lá amanhã?
- Sim, irei! Tenho que pegar minhas coisas que deixei na casa. Também vou acertar as minhas contas lá no escritório, e virei pra cá. Vou morar aqui perto. Ainda não procurei uma casa, mas, logo acho uma. Pode ser pequena como essa.
- Eu vou com você, pai! Conta comigo tá bom?
- Eu sei que posso sempre contar contigo, Mari! Te amo, filha. -
A noite foi difícil não só por dormir três pessoas juntas em uma única cama. Mas, por minha cabeça não saber assimilar tanta coisa que eu vinha vivendo. Passei a noite pensando que se eu não vinhesse para São Paulo, tudo poderia ter ficado na mesma situação. Talvez eu estivesse mais tranquila agora. Mas, quando filtro minha reflexão, percebo que não posso me culpar pelas atitudes dos outros. E por mais difícil que seja o momento que estou passando, tenho que saber que a vida não é só feita de alegrias, talvez ela seja construída com momentos difíceis e banhada por momentos raros de felicidade. Raridade essa que faz ela valer apena de ser vivida.
Finalmente amanheceu, antes de seguir viagem, passei no mercado para avisar ao Jefferson que não poderia trabalhar hoje. Já estava morrendo de vergonha de ser uma nova contratada com tantos abusos. Aproveitei e levei meu pai para apresentá-lo e amenizar minha vergonha. Dessa vez não ouvi um elogio e olhares cheios de segundas intenções, mas ainda ganhei uma piscadela e um "você que manda", do meu gerente.
Durante a viagem meu pai se manteve calado, mas não estava com uma cara ruim, até olhava para mim e dava uns sorrisos de vez em quando. Penso que ele não ficou mal por ter que acabar um casamento de anos, na verdade, acho que tirou um peso das costas. Talvez ele quisesse terminar e não queria vim da parte dele essa escolha, para que não se sentisse culpado por algo. Mas, infelizmente, a situação que veio desencadear o término do casamento, não deixaria ninguém feliz, por pior que fosse o relacionamento.
Voltar para cidade que sempre morei foi mais estranho do que eu pensei. Mesmo eu estando apenas poucos dias longe dela, parecia que tinha se passado anos. E antes, que ninguém notava minha presença, hoje pareciam que todos notavam e me olhavam. Sempre desviava os olhares curiosos das pessoas, pois só conseguia ver através dos olhos deles, cenas daquele vídeo infeliz.
Fazia meia hora que meu pai gritava na porta de casa, tentando chamar por minha mãe. Não estávamos com nenhuma chave, e começou a juntar uns curiosos por perto. Deviam estar pensando que meu pai estava desesperado para encontrar minha mãe com outro homem dentro de casa, ou para bater dela, pois realmente parecia isso. Mas, a única coisa que queríamos é que ela abrisse a porta para pegarmos as coisas do meu pai, e ir embora construir nossa vida bem longe dela.
Meu pai ligou para um Chaveiro que conhecia. E uma hora depois de tanto vexame, finalmente ele chegou. Eu conseguia sentir através dos poros dele o receio que tinha por estar ali. Assim como os curiosos que nos observavam, sinto que ele também pensava que queríamos armar algum escândalo.
Não demorou muito para abrir a porta e por fim, entrarmos na casa. Minha teoria que o Chaveiro esperava por algum barraco, foi confirmada após entrarmos e ele continuar na porta de nossa casa observando o interior dela.
O lugar estava puro silêncio. Enquanto meu pai foi no quarto, fiquei andando pela casa, observando cada parte dela. Lembrando que passei minha vida toda aqui, e que apesar da minha vida nova ser um pouco difícil, não sentia falta de nada do que ficou no passado.
Pulei de ímpeto quando meu pai deu uma espécie de grunhido vindo do quarto. Eu pensei: "Só pode estar de sacanagem. Minha mãe tá lá dentro com o pastor."
Fui correndo ver o que era, e quando entrei no quarto, soltei o mesmo grunhido que tinha ouvido anteriormente. Foi a única reação que tive ao ver minha morta, pendurada em uma corda. Ela tinha se matado! Minha mãe se enforcou!
sexta-feira, 31 de julho de 2015
Simplesmente Mari. #07
quarta-feira, 29 de julho de 2015
O modismo lança tendências ou forma caráter?
Moda não é só uma palavra referente à roupas e estilos mais usados no momento. O nome pode até ter virado referência nessa área, mas, o significado serve para inúmeras situações.
Resumindo e não é difícil de saber, moda seria tudo aquilo que está em evidência no momento atual. Na matemática, seria o número que mais se repete numa sequência.
A música mais pedida, o cantor mais famoso, a novela mais assistida. Todas essas coisas, e dentre outras dezenas, geram tendências que vão mudando constantemente com o gosto geral.
Agora me faço uma pergunta: Será que somos nós que controlamos a moda e ela vai se ajustando ao nosso gosto atual, ou é a mídia que constrói as tendências para as pessoas seguirem?
Pensando de forma geral, tenho convicções que grande maioria das pessoas acabam seguindo tendências por elas serem expostas ali. A mídia praticamente força as pessoas seguirem tudo o que é apresentando nesse meio. Não estou dizendo que as pessoas são obrigadas a seguir tal tendência só porque todo mundo está seguindo, mas, imagino que quase todos já passaram por alguma situação que se sentiu excluído por não ser adepto à tal estilo musical que todo mundo ouve, por não assistir aquele programa de TV que todo mundo comenta, de não ter uma conta em determinada rede social, ou por não usar o aplicativo do momento. Se você nunca se sentiu o excluído, no mínimo deve ter se sentido diferente do restante em algum momento da vida.
Uma observação que todo mundo faz ao definir "moda", é: "Uma coisa que tá em tendência, mas que um dia passa", ou "Toda moda é passageira".
Pois é, eu acredito que seja super válido ser adepto das coisas que têm sido mais faladas no momento, até porque querendo ou não, isso vai te tornar uma pessoa atualizada. Mas, a moda extrapola em algumas situações mais sérias, como por exemplo em questões ideológicas. "Ah, tá na moda ser evangélico", "Tá na moda protestar", "Tá na moda ser ateu", "Tá na moda fumar maconha", "Tá na moda ser gótico"... E entre dezenas de ideologias que não deveriam ser tratadas como moda, e são, apesar de que não é sempre que frases como essas acima são citadas dessa maneira, mas não precisa de muita reflexão para você perceber que é a verdade. Basta olhar ao redor, ou dar uma passadinha no facebook, que virou o lugar de encontros e debates de todos os modismos atuais.
Eu sinceramente queria que todo mundo que assumisse uma vez que "é favor disso", "é adepto daquilo", não largasse isso depois, só porque ninguém vai mais falar sobre o assunto. E eu não estou falando de um gosto pessoal. Gostos, nós mudamos constantemente, mas, ideologias fazem parte daquilo que nós somos, elas definem nosso caráter. Não é brincando de ser isto ou aquilo que você vai definir o seu caráter.
Então é melhor para todo mundo que, ao propagar qualquer coisa por aí, ver primeiro se isso não é algo que vai passar, que só está ali pra chamar atenção e pegando carona no assunto do momento.
Não vamos deixar os modismos definir quem somos, vamos moldá-lo para que possamos aproveitar a parte boa de cada moda, sem nos perder.
domingo, 26 de julho de 2015
Talking About Love #015
Oi meu amor,
Quanto tempo se passou?
Faz tantos anos que não vejo seu sorriso, refletindo nos meus olhos a visão do paraíso.
Oi meu bem,
O que houve com você?
Quero saber como anda sua vida, apertar a sua mão, e não deixar você partir.
Pois é,
Mesmo longe, sempre mantive meu amor em pé.
E quando penso que pode tudo desmoronar, lá no fundo faço meu coração lembrar,
É com você que quero estar!
Baby, não vá embora não!
Volte pra cá e veja que ainda vivo por ti, e não mudei tanto assim.
Deita comigo nesse sofá, que vou preparar seu chá, e recitarei poemas de amor, dessa vez sem dor.
sexta-feira, 24 de julho de 2015
Simplesmente Mari. #06
O cansaço me fez cair na cama como se eu fosse uma pedra. Não deixando tempo nem para que eu tivesse uns momentos de reflexão sobre tudo o que me aconteceu nesses últimos dias.
O dia amanheceu como em um piscar de olhos. Ananda e eu comíamos alguma coisa sentadas nas duas cadeiras daquela pequena cozinha e eu podia perceber que o clima não estava muito legal para ela. Estava calada e pensativa. Tinha certeza que ela só pensava no encontro que iria haver hoje a noite.
Antes disso, eu teria um dia longo de trabalho. Ananda se dispôs a pedir ao Jefferson, o gerente do mercado, para que eu pudesse sair um pouco mais cedo hoje e acompanhá-la, mas, apesar de ser o segundo dia de trabalho e parecer que eu possa querer abusar um pouco, decidi que eu mesma falaria com ele, afinal, não iria ficar em cima das costas da Ananda para o resto da vida:
- Então, tudo certo pra hoje?
- Tudo! - Ananda me respondeu sem sequer olhar nos meus olhos. Poderia estar tudo certo para o encontro, mas, não estava tudo certo com ela.
Falar com o Jefferson para que eu pudesse sair mais cedo foi mais fácil do que pensei. Mas o constrangimento que imaginei que teria na hora de pedir, aconteceu, só que em uma outra forma de constrangimento que não pensei que seria.
"Claro que pode sair mais cedo, minha morena linda". Apesar de convidativas, não foram só as palavras que me intimidaram. Ouvir isso do meu gerente enquanto ele fixava os olhos nos meus seios, e finalizava a frase lambendo os lábios, não foi muito confortável.
Um "obrigada", e um sorriso amarelo responderam por mim enquanto eu saia e só conseguia imaginar ele olhando para minha bunda agora.
Depois dessa atitude eu resolvi que não almoçaria em casa hoje, comeria uma besteira qualquer lá no mercado mesmo, assim não ficaria devendo nada para meu gerente. Nos trinta minutos que reservei pra fazer uma pausa e lanchar, dei uma olhada rápida no meu tinder. Quando eu vi que tinha uma notificação, já fiquei nervosa na esperança de ser o Gabriel. " Finalmente ele me encontrou", "Ele estava me procurando esse tempo todo". Que decepção quando vi que era um tal de Felipe que tinha declarado um interesse por mim. Até cliquei no perfil dele, olhei umas fotos, mas, sinceramente, achei o garoto horroroso. Eu queria mesmo o Gabriel, muito mais gato.
Confesso que quando pensei nisso, lembrei do quanto as pessoas já citaram frases como essa comigo. Soou horrível nos meus pensamentos, mas, não liguei por muito tempo.
Quando voltei a empacotar as compras dos clientes, só consegui ficar nervosa agora com o encontro que Ananda tinha marcado com o pai dela. E eu iria acompanhá-la. O que será que ela quer eu faça? O que será que ela vai dizer para ele? Se eu estou nervosa, imagina a própria Ananda. Não é todo dia que um homem marca um encontro com uma garota de programa e descobre que ela é sua filha.
Finalmente chegou a minha hora de ir para casa. Fui correndo e quando abri a porta dei de cara com Ananda super produzida. Ela não tava com um vestido curto e brilhoso como pensei que encontraria. Dessa vez, ela vestia um vestido florido que batia no chão. Aquela maquiagem ressaltando um olhar escuro e os lábios bem vermelhos, fizeram um contraste com o look colorido. Ela estava linda!
Corri para vestir alguma coisa, dessa vez fui com uma roupa própria, e não me produzi como Ananda. Ela tinha seus motivos, eu só estaria com ela para dar apoio.
Ananda tinha marcado o encontro com seu pai, no estacionamento do shopping que nos conhecemos.
No meio do caminho, dentro do táxi, ela ainda estava calada, por mais que eu quisesse respeitar o espaço dela, estava curiosa para saber os motivos que a fizeram mudar de ideia, e de que como vamos proceder essa situação:
- Como você marcou com ele? Foi um programa ou um encontro apenas?
- Eu disse a ele que seria um programa grátis, pra compensar o vexame que dei quando saí da vez anterior correndo e sem falar nada. Lógico que ele topou na mesma hora.
- Ele sabe que vou?
- Não! Mas não se preocupa, ele não vai fazer nada com nós duas. O estacionamento sempre é movimentado. -
A feição dela mudou na mesma hora que o táxi por fim pisou no estacionamento do shopping. Ficamos uns dois minutos caladas dentro do carro, mas o taxista não poderia esperar por nós e tivemos que encarar a realidade:
- Mari, eu vou ligar pra ele e saber onde ele tá agora, observe qualquer coisa. -
Nem pude responder, pois quando ela abaixou o celular e com o semblante sério ficou olhando por trás do meu ombro. Já pude imaginar quem ela avistou.
- Ananda?
- Oi, Marco!
- Você está linda! Hoje vai ter mais uma garota na nossa festinha?
- Pois é! Podemos ir pra aquele canto mais afastado? Tenho que falar umas coisas antes.
- Hum, entendo. Não quer discutir o sexo dentro do meu carro?
- Não, quero tomar um ar enquanto falo. Depois nós vamos! -
Eu calada estava, calada fiquei. Sendo uma péssima atriz, não consegui nem fingir um sorrisinho. Apenas acompanhei Ananda e Marco para um lugar mais afastado da movimentação:
- Então, Marco Lombardi de Yamaguti! Como você está?
- Hã. Eu tou bem! Mas, como sabe meu nome completo?
- Você não conhece alguma Ananda? Ela me contou!
- Ué. Conheço você! Mas seu nome não é Ananda mesmo né? Sei que as garotas de programa usam nomes de guerra.
- Não é nome de guerra não. Meu nome é Ananda! Ananda da Silva Yamaguti. -
O rosto de Marco que antes estava com um semblante de riso, agora ficou sério e branco como um fantasma. Depois de um minuto em silêncio, olhando para o rosto de Ananda, ele talvez pôde ter percebido o que estaria ali em sua frente, e reagiu:
- Garota, como é o nome da sua mãe?
- Cristina Simões da Silva! Conheceu ela? Infelizmente já não está mais entre nós. O Silva foi o nome que herdei dela. E Yamaguti... Pois é.
- Não pode ser!
- Pode! Marco, eu sou sua filha!
- Não, uma filha minha jamais viraria puta.
- E um pai meu jamais me abandonaria, seu canalha! -
E as lágrimas começaram a cair no rosto de Ananda.
- Talvez se você tivesse sido um pai de verdade. Sua filha não estaria aí largada pelo mundo, fazendo sexo com o próprio pai sem saber.
- Cala a boca!
- Não me manda calar a boca! Você vai ficar assim agora? Me olhando com essa cara de ódio? Você nunca foi homem mesmo...
- Quanto você quer pra ficar calada?
- Quanto eu quero? Você acha que vai poder me comprar agora? Só porque eu vendo prazer não significa que eu venda minha dignidade.
- Olha, eu quero você longe de mim. Não era pra você ter me procurado! Prestando atenção, eu imagino que que você é minha filha mesmo, se é que eu posso chamar uma puta dessa de filha. Olhando bem, você é a cópia da sua mãe. E esse vestido florido... Eu sei que era o preferido dela.
- Eu sei disso! Ela me contava que você adorava quando ela vestia esse. Eu não tiraria esse vestido do guarda-roupa se fosse qualquer ocasião. Assim como ela não tiraria se não fosse pra te fazer sentir especial. Mas te olhando assim, só sei que foi a melhor coisa você ter nos abandonado. Canalha!
- Concordo com você, foi a melhor coisa que eu fiz! Sua mãe não tinha onde cair morta, se eu tivesse ficado com ela, teria me fudido junto. Minha mãe sempre esteve certa... Ela odiava sua mãe, e quando você nasceu, te odiava juntamente. Quando as coisas estavam difíceis e eu não tinha como encontrar saída pra ganhar dinheiro. Decidi abandonar vocês, e garantir minha herança na minha família, hoje eu cuido do restaurante do meu pai. Somos italianos, e fazemos a melhor comida italiana de São Paulo. Tenho uma esposa linda, e uma filha que ao invéis de ser prostituta, tá estudando pra ser alguém na vida!
- Nossa, Marco, ou melhor, paizinho. Você ama sua esposa linda e sua filha maravilhosa né? Se você ama tanto sua família, por qual motivo você trai sua mulher com uma "puta" igual a mim? Você é uma perda de tempo! Não deveria nunca vim aqui.
- Olha, se você quiser eu posso te pagar o programa que fizemos antes, já que você correu e não levou nada. Deve tá bravinha por causa disso.
- Você é um nojento! -
Com os olhos vermelhos de ódio, Ananda saiu, e eu acompanhei seus movimentos. -
- Ei! -
Nos viramos para ouvir o que Marco teria à falar, talvez na esperança de ouvir algum arrependimento:
- Se você me procurar de novo, ou querer prejudicar a minha vida, eu acabo com você e com sua amiguinha. -
Enquanto Marco tirava uma arma que estava escondida em sua calça, Ananda e eu apressamos os passos, ainda ouvindo o restante da ameaça:
- Lembra que tenho seu cartão, e consigo descobrir onde você mora, a qualquer momento! -
Para acabar com nossa agonia, um táxi vinha no meio do caminho, e entramos.
Dentro do carro, Ananda desabou. Todo o caminho de volta para casa foi regado pelas lágrimas de Ananda. Que não falava mais nada além de chorar e me abraçar!
Eu conseguia sentir que não era um choro de remorso ou tristeza. Na força do abraço eu pude sentir que ali tinha ódio. E que Ananda cheirava a vingança.
Finamente quando chegamos em casa e descemos do carro, fui surpreendida com uma visita na porta de nossa casa.
Parecia que a convenção dos pais, tinha armado um encontro deles com suas filhas, naquela noite.
- Mari, meu anjo! Que saudades!
- Pai, o que você está fazendo aqui?
quarta-feira, 22 de julho de 2015
O que esconde o sorriso fabricado das celebridades?
Primeiramente, seria melhor eu ter feito várias psicoterapias com famosos e celebridades para colher bem as informações precisas e tirar todas as nossas dúvidas. Ou, quem sabe um dia quando eu finalmente ser famoso, poderei ir pessoalmente a vocês e falar sobre o assunto, não é? Mas, é uma pena dizer que em nenhum desses casos poderíamos afirmar se teria sinceridade extrema nos depoimentos, então resta apenas refletir. Não digo que isso livra você de morrer com as dúvidas, mas ao menos você morrerá com elas refletidas e clareadas.
Quando uma pessoa desconhecida vira celebridade da noite para o dia, ela continua agindo da mesma forma, ou todos os movimentos dela passam a ser calculados? Um sorriso pra câmera do paparazzi, um escândalo que possa causar manchete, e boas relações com pessoas do meio. Cada gesto não seria feito pra que eles se mantenham na mídia?
Isso me fez lembrar quando estou em alguma festa e chega a filmadora, ou o fotógrafo. Todo mundo começa a se posicionar de forma diferente. Se, mesmo sem notar, as pessoas fazem isso no dia-a-dia, porque seria diferente com os famosos?
E não me venha me dizer que: "O talento basta pra que uma celebridade se mantenha na mídia". Primeiro, de bons talentos o mundo está cheio. Passe uma hora navegando no YouTube e achará vários deles, por exemplo no meio musical, porém, sem o mínimo reconhecimento. "Ah, claro, eles precisam de um empresário que invista". Ué, e talento não bastava? Pois é, todo artista precisa de investimentos e de alguém que acredite naquele talento. A partir do momento em que é fechado um acordo com empresários ou coisa do tipo, o artista está aceitando vender seu talento, e para isso vem consequências. Agora sim, com investimentos e com o trabalho sendo mostrado para o mundo, a fama bateu na porta! Fama e sucesso não são as mesmas coisas. Não vou fuçar no dicionário e dizer a definição correta, mas falarei o que penso, deve ter algo parecido por lá. Sucesso é a boa realização do seu trabalho, a fama é a consequência que esse sucesso pode te trazer. E uma coisa caminha do lado da outra no meio artístico. Sempre ouvimos uns hipócritas falarem: "Ah, eu não ligo em ser reconhecido na rua, se eu estiver fazendo um bom trabalho". Meu querido, se você é artista, você precisa que apreciadores comprem sua arte, porque se não você vai morrer de fome, e seja lá qual for o tipo de área no mundo artístico que você habita, se quiser mesmo vender sua arte, vai sempre andar lado a lado no mundo das celebridades. Nem toda celebridade é artista, e nem todo artista é celebridade. Creio eu que muitos desses famosos acabam sendo descobertos do nada, e tem que lidar com isso a partir daí. Mas, sabemos que a maioria procura. Se o artista encontrou nos flashes dos paparazzis, nas capas de revistas, nos programas de TV, a melhor forma de mostrar e vender seu trabalho, vai ser difícil, muito difícil ele querer sair desse mundo e voltar a estaca zero. Só que nesse mundo não existe só a vontade do artista, existe a vontade do contratante, da emissora, da gravadora, do acessor, todos dependem do sucesso e consequentemente da fama do artista, e ele passa a depender da vontade de todos. Os acessores tem como função vender o artista, não só o trabalho do artista, ninguém é bobo e todo mundo sabe que grande parte dos acessores de mídia exploram seus clientes pra que eles sejam uma máquina de dinheiro e publicidade. Depois de dar o sangue para isso tudo que foi citado, será que tem como voltar atrás sem ser um fracasso? Acho que não, e se tem, deve ser muito difícil, pois as câmeras estão famintas por imagens que rendam algo interessante ao público, os acessores estão famintos pra vender a celebridade na mídia e o artista está faminto pra perpetuar tudo o que conquistou, e talvez, com medo de perder tudo, ou cair no esquecimento. Depois de pensar em tudo isso, talvez não seja complicado responder a si mesmo que quando um famoso encontra uma outra celebridade que não suporta, numa festa cheia de câmeras, seria difícil pra ele fingir um sorriso e vender uma falsa amizade que acarretaria em bons laços midiáticos? Ou ele seria o único a ficar de cara feia pra tal celebridade que todo mundo tem venerado atualmente e os tablóides de fofoca começariam a citar como rivais só porque ele deixou o lado pessoal aflorar naquele momento? Talvez essa segunda opção não fosse cair bem pra imagem do artista. Empresários sérios querem fazer acordo com celebridade que vive de escândalo? Acho que esse tipo de celebridade tem seu espaço por um tempo e depois vai ter que procurar um outro meio pra se encaixar de volta ao mundo artístico ou da fama, e as que mantém as boas relações, pode ser que perpetuem por mais tempo a estadia no pódio da fama. Já diziam as pessoas: "Nada melhor do que ter bons contatos na agenda". Não é?
Agora um desejo clichê me faz encerrar esse texto. Que esses artistas aspirantes à celebridades não se percam entre os gritos dos fãs e nem nas lentes das câmeras. Você pode fingir o quanto for para o público, mas no dia que você começar a fingir pra si mesmo, estará cavando a própria ruína no seu psicológico
domingo, 19 de julho de 2015
Talking About Love #014
Não tá parecendo ser fácil pra nós dois,
Melhor falar a realidade!
Não apenas parecendo está...
É difícil saber continuar.
Em meio as tempestades, tanta ventania vem,
Não sei como isso acontece, mas, quando tudo vai mal, vem soldados até do além.
Mas, eles não vão lutar por você.
Destruir, fazer guerra e explodir, são as funções que esses seres haverão de fazer aqui.
E no final de tudo isso, só há os destroços do meu corpo.
Mas, não é com ele que me preocupo.
O que está invisível ao seu ver, é que realmente tá destroçado pra valer.
A quem vou recorrer pra salvar o que restou do meu pequeno coração?
Os médicos, do meu corpo cuidarão.
E você? ainda está aqui pra trazer de volta toda aquela paixão?
Só vivendo sua sincera emoção, é que fará bater de volta, o meu pobre coração.
E como resposta das súplicas dos meus sentimentos, dos destroços daquela guerra, você ressurge e faz movimento.
E seu sorriso faz esquecer, o quão mal o mundo foi,
Seus beijos vão mostrar que nosso amor vivo está.
E embalados ao som da noite, nos protegemos dos pesadelos da madrugada.
sexta-feira, 17 de julho de 2015
Simplesmente Mari. #05
Eu estava confusa, e ao mesmo tempo chocada com aquela situação. Ananda transparecia tanto desespero e nervosismo que eu não quis questionar durante todo o caminho de volta pra casa. Meus pensamentos se intercalavam nesse acontecimento estranho com minha amiga e entre Gabriel, o menino que me apaixonei, perdi a virgindade e entreguei minha confiança. Tudo em uma noite só. Queria saber o tempo todo, pra onde que Gabriel foi? Por qual motivo que ele demorou tanto pra me buscar no lugar marcado? Será que ele voltou nessa altura do campeonato e não me achou? E agora, como poderia voltar a falar com ele, se não trocamos os números de celular? Eu já queria ver de novo aquele rosto, sentir aqueles beijos, cair naqueles braços! Queria de novo sentir aquela sensação de que sou uma mulher madura, que Gabriel me passou!
Finalmente, ao chegar em casa, Ananda e eu nos sentamos e pude perceber ao ver o rosto dela, o quão transtornada que ainda estava. Uma coisa que eu poderia fazer de melhor, não era encher minha amiga de perguntas e deixar ela mais confusa ainda. Me levantei e dei dentre as coisas mais simples do mundo, um abraço.
Ficamos uns 15 minutos abraçadas, onde neste momento, Ananda finalmente derramou suas lágrimas e encharcou todo o meu ombro. A iniciativa de conversar sobre tudo o que aconteceu, veio da própria. Enxugando suas lágrimas, sentando à minha frente, na cama, Ananda me apresentou seu verdadeiro mundo:
- Pois é, Mari! Complicado né? Sim, na boate, eu transei com meu pai, você não ouviu errado.
- Mas, você não tinha me dito que ele te abandonou há muito tempo atrás? Você tem contato com ele?
- Não! Como eu já te falei antes, desde que ele me largou com minha mãe, eu nunca mais o vi, infelizmente reencontrei ele hoje, e ...
- Você não sabia que ele era seu pai quando transou com ele né?
- Não sabia! Lógico. vim saber depois quando fui pegar o dinheiro na carteira dele.
- O dinheiro? Ananda, não acredito que você ia roubá-lo! -
A partir daí, só consegui imaginar o pior: "Meu Deus, estou com uma ladra dentro de casa, bem capaz dela roubar o dinheiro dos homens e quem sabe, fazer coisa pior com eles depois. Ela deve fazer isso pra sobreviver, já que nunca me especificou qual era o seu emprego!"
- Ai, Mari, que horror! Não ia roubar o dinheiro dele. Ele que mandou eu ir pegar na carteira, ele só tava me pagando...
- Então ele te devia alguma coisa?
- Digamos que sim. Olha! Vamos ser francas. Eu nunca falei sobre isso com você. Mas, já tá mais que na hora de você saber. Eu sou prostituta! É daí que eu tiro meu salário. -
Fiquei chocada mais uma vez! Era muita informação em uma noite só, para minha mente assimilar. "Então, ela faz programa", pensei! E tudo começou a fazer sentido. Aquela divisão dos horários de trazer pessoas aqui em casa. E aqueles tantos "amigos" que ela sempre cita? Será que eles são clientes?
- Então, é isso, eu faço programa pra me sustentar, foi o meu primeiro emprego desde que saí de casa, e continua sendo.
- Mas você é tão bonita. Porque não procura uma coisa melhor?
- Por isso mesmo que ganho dinheiro, por ser bonita. Ou você acha que os homens pagam caro pra transar com puta feia? Olha! Nunca me interessei em outros trabalhos. Quando eu saí de casa, não tinha terminado meus estudos, consegui concluir depois em um supletivo, já com o dinheiro dos programas.
- Então, como você iniciou isso? Você saiu de casa e já foi direto pra rua fazer programa?
- Não, na época que eu saí de casa, a situação com minha mãe tava crítica, ela trabalhava em um camelô vendendo brinquedos, e por ela ficar quase sempre doente, deixava de ir muitas vezes. Além disso, vivíamos entrando em várias brigas por eu não ir bem na escola, e por não querer ajudá-la no camelô. Eu era mais uma boca pra comer naquela casa que quase não tinha comida. Apesar de que estava cansada das brigas, esse não foi o motivo crucial. Queria mais era tirar esse peso que ela tinha de me sustentar, e quem sabe quando eu saísse finalmente de casa, arrumasse um emprego e pudesse realmente ajudá-la. Jamais pensei em abandonar minha mãe, mesmo fora de casa, sempre voltava pra ver como ela tava, se estava doente e tal. Aí, eu tinha um amigo que conheci por ele andar sempre perto do meu antigo colégio. Esse amigo morava em uma república com uns universitários. Ele tinha me falado que não era grande, mas era caro as despesas, por ser perto da faculdade e de outros lugares específicos! Lá, moravam 5 meninos, e 4 meninas. Haviam dois quartos apenas, como você pode imaginar, um para os meninos e outro para as meninas. Meu amigo disse que me ajudaria a pagar o primeiro mês da minha parte das despesas. E já que eles estavam procurando mais uma menina pra morar lá, pois só tinha uma vaga no quarto feminino, decidi que ali seria minha nova moradia. Já fazia mais ou menos duas semanas que eu estava morando na república e já conseguia ver a cara que as meninas faziam sempre que eu chegava perto, uma parte dessa antipatia por mim, era que eu ainda não tinha movido um palito pra arrumar emprego, e nem estudava. E quando a notícia de que o Lucas, meu amigo, pagaria minhas despesas, foi que a antipatia ficou pior ainda. Os meninos eram um amor comigo, sempre faziam tudo pra mim, conversavam bastante. Eu sinceramente me sentia mais confortável no quarto deles do que no das meninas. Até que certo dia, já era de madrugada, algumas garotas já tavam dormindo, e duas delas estavam acordadas, conversando alto, como se fosse pra me azucrinar. Me levantei, e decidi ver se tinha algum garoto acordado no quarto, o único que tava acordado no colchão do chão era o Lucas. Fui lá, deitei com ele, começamos e conversar baixinho, e conversa vai, conversa vem, começamos a nos beijar. Como tava escuro no quarto, nos animamos mais e transamos silenciosamente pra que ninguém ouvisse. Lógico que eu já tinha feito isso antes. Os meninos do colégio sempre disputavam por mim. Digamos que o Lucas foi o primeiro cara que eu fiz programa. Logo vi que aquele pagamento das minhas despesas não iria sair de graça né? No outro dia, eu tava na sala sozinha, todos tinham saído pra estudar ou trabalhar. Até que, o menino mais bonito que ali morava, chegou, e começou a soltar um papo comigo, percebi que ele verificou se tinha mais alguém na casa, e foi logo de cara dizendo o quão eu tava animadinha na noite passada com o Lucas! Fiquei morta de vergonha, imaginei logo que todo mundo ouviu. Até que a partir daí ele pensou que eu era vulnerável pra transar com qualquer um, pois logo veio pra cima de mim. Eu posso até transar com qualquer um, mas pra isso tem que pagar. E foi a partir desse momento que dei meu preço, comecei a dizer que precisava de algum dinheiro pra ajudar minha mãe, e pra pagar as minhas despesas na república, e lógico que ele aceitou a trocar seu dinheiro por momentos de prazer. Não demorou pra notícia se espalhar entre os meninos da casa, e eu virar a putinha dos 5. Todos me pagavam, a ponto de eu ter dinheiro pra morar até sozinha se eu quisesse. Mas, não queria perder meus 5 clientes. Cheguei a fazer sexo com os 5 de uma vez só, várias vezes. Não sei porquê eles adoravam fazer isso, penso até que sentiam tesão um no outro, isso sim! O Lucas desde o princípio teve ciúmes, ele queria que eu fosse só dele, já que foi o que me ajudou desde o começo, mas, até participava das orgias sem reclamar. Depois, as meninas descobriram, quiseram me expulsar, e os ciúmes do Lucas passou a me incomodar mais. Foi aí que pedi 15 dias para procurar uma nova casa, e assim, sairia de lá.
Justo nesses 15 dias, a pneumonia da minha mãe agravou, ela morreu, dei adeus à república, e voltei ao meu lar, dessa vez estava sozinha, e com uma nova profissão. Começei a fazer uns cards, uns anúncios em jornais, sites, tudo com o dinheiro que eu tinha guardado dos meninos da república. Começou a chover ligações no meu celular, e até hoje trabalho com isso. E foi em um desses sites que divulgo meu trabalho, que meu pai me achou!
- Nossa! Tou passada com tudo isso. Mas, seu pai não sabe quem é você de verdade né? Aliás, como tem essa certeza que é ele, se você mesmo disse que não lembrava direito da fisionomia dele?
- Ah, quando eu fui pegar o dinheiro na carteira dele, eu vi o RG, era a foto do homem que eu acabei de transar, com o nome do meu pai logo ao lado! Foi o maior choque ver aquele nome: Marco Lombardi de Yamaguti. Tenho certeza que é meu pai. Não deve ser fácil encontrar dois "Marco Lombardi de Yamaguti", na redondezas de São Paulo.
- Mais você não pode morrer com isso guardado aí! Temos que ir procurar de novo esse homem, você deve ter o número com você, já que ele te ligou pra marcar o programa...
- Não, deixa quieto. Tudo isso já foi traumatizante demais pra mim.
- Você não poderia deixar que um pai fique aí sem saber que pode transar com a filha em qualquer momento.
- Ai, Mari, melhor não. Vamos descansar. Já tá perto de amanhecer, e vou levar você hoje pra o mercado aqui da esquina, pra te apresentar à seu novo emprego que te prometi.
- Tá bom! Mas vou ficar no seu pé, já fique sabendo. -
Eu caí na cama como uma pedra! Nunca me senti tão cansada como hoje, queria mesmo era dormir por um mês inteiro, mas, um novo desafio me aguardava:
- Acorda, criatura. Acabei de falar com o Jefferson, o gerente do mercado, que é meu amigo, e ele mandou eu levar você pra lá o mais rápido possível! -
Um banho rápido, um café da manhã rápido, tudo muito rápido, menos eu. Ainda estava morta de sono e Ananda me arrastou pra o mercado. Agradeci por ser logo na esquina!
Ao chegar lá, percebi que estavam desesperados pra contratar alguém, apesar de ser cedo, já tinha alguns clientes e a fila em um dos caixas estava um pouco grande. O mercado não era enorme, mas tinha um tamanho razoável.
Depois de alguns minutos da Ananda conversando com Jefferson, ela se despediu de mim com um abraço de boa sorte:
- Nos vemos à noite! Durante seu horário de almoço eu vou ter um compromisso...-
Fiquei alguns minutos conversando com o gerente que me deu as boas vindas, e me explicou minha função, minha contratação, falou do mercado, e como é difícil encontrar alguém que queira trabalhar pesado. Eu teria que ficar empacotando as mercadorias dos clientes. De início, não me pareceu difícil, mas, no decorrer do dia, meu pé começou a inchar, minhas mãos começaram a ficar doloridas, e pude perceber que realmente não era o melhor emprego do mundo. No horário de almoço, como era perto, eu vim pra casa, fiz um macarrão, joguei salsicha por cima, e comi enquanto dava uma olhada no meu celular.
Pensei no Gabriel. Onde ele poderia estar? Se ao menos eu soubesse o sobrenome dele, ficaria mais fácil de achá-lo nas redes sociais...
Até que nesses pensamentos, tive uma ideia! Ao lembrar que na boate, todos estavam ligados em seus celulares, e que provavelmente estariam procurando paqueras nos aplicativos que Ananda me indicou, logo fui na loja virtual do meu celular e baixei o mais famoso desses aplicativos: o tinder. Passei alguns minutos vendo alguns perfis, logo depois de fazer minha conta. Eu não queria encontrar uma nova pessoa, só fiz aquilo na possibilidade de encontrar o Gabriel em algum desses perfis.
Infelizmente minha busca tinha que parar, pois meu trabalho novo me chamava, e a tarde prometia. Errada estava, não só a tarde cumpriu com a promessa de me dá muito trabalho, mas também a noite. Já era 20:00 horas quando eu fui liberada. Cheguei em casa parecendo uma morta viva, cansada. Assim que abri a porta, avistei Ananda sentada na cama com um semblante sério. Logo me aproximei:
- Oi, tudo bem?
- Sim, e você como foi no trabalho?
- Cansativo, mas, obrigada por ter conseguido pra mim, não sei como te agradecer.
- Eu sei como!
- O que eu posso fazer então?
- Amanhã preciso que você me acompanhe em um encontro. -
"Um encontro!" Eu já tava ficando nervosa.
- Encontro com quem?
- Com o Marco Lombardi de Yamaguti, mais conhecido entre nós duas, como meu pai! Marquei um programa com ele, e você vai comigo!
quarta-feira, 15 de julho de 2015
Versos motivacionais de um garoto desafortunado.
Hoje eu acordei, mas, nem me levantei.
Pra quê me levantar? Nada de importante a se fazer, a se falar.
Me sinto parado no tempo em movimento.
Tudo o que queria era viver bons momentos!
Não posso deixar o ócio me consumir!
Mesmo a vida me empurrado pra baixo, tenho que me levantar e ir!
A solução é procurar os bons motivos que tenho pra estar nesse lugar.
Não é deixando o estresse me consumir que irei finalmente ser feliz.
Vou correr e não olharei para trás!
Não tou correndo da vida, vou procurar a paz!
Meu alvo sempre na frente eu deixarei, só assim, com os sonhos, não morrerei.
domingo, 12 de julho de 2015
Talking About Love #013
Oi, conheci o amor.
Ele disse que me encontrou e devagarinho foi entrando no meu coração para não acordar ninguém.
Ele falou que tropeçou em uma artéria, e o coração começou a saltitar, sem entender o que se passava ali dentro.
O amor, na euforia desse coração,
Começou a dar voltas por ele, correndo entre as veias que o bombeavam.
O coração permaneceu eufórico,
E o amor, encontrou nessa euforia, uma força que o faz sempre querer ficar por lá.
sexta-feira, 10 de julho de 2015
Simplesmente Mari. #04
Nunca tinha ido em uma balada antes. Aquele lugar aparentemente era pequeno, porém, estava lotado de gente. As únicas coisas que iluminavam eram umas pequenas luzes que piscavam, e a tela dos celulares das pessoas. Dezenas de celulares! Parecia que estavam todos em uma caça virtual de parceiros, nos aplicativos que Ananda tinha me falado mais cedo, se esquecendo eles, que não tinha ambiente mais propício a esse tipo de "caça" do que aquela boate.
Me senti deslocada com aquela música alta e com tantas pessoas desconhecidas que me rodeavam. Ananda não colaborou muito para minha diversão, assim que entrou na boate, foi logo olhando para o celular e já saiu correndo como se tivesse um encontro importante:
- Mari, divirta-se, vou ter que ir ali numa parte reservada, mas tou aqui na boate, só não vou poder ficar aqui com você agora, já volto tá? -
Não parecia que ela iria voltar logo! E eu, tinha deixado meu celular em casa, nem poderia me juntar aos demais na busca incansável nos aplicativos. Se eu quisesse me divertir, teria que agir com ousadia no que tinha ao meu redor: Pessoas desconhecidas, mundo desconhecido. Queria tirar esse "desconhecido" do meu dicionário.
Fui pra pista. Tinha umas pessoas gritando, dançando, beijando, bebendo. Tocava uma música envolvente, até que não era extravagante. Era gostosa! Fechei os olhos, comecei a me balançar, a rodopiar, sorrir, até que fiquei um pouco tonta, tropecei no meu próprio pé e caí. Por sorte, não cheguei ao chão, só conseguia sentir umas mãos macias me segurando e puxando de volta pra cima.
Quando finalmente me regenerei, fiquei encantada com o que via em minha frente. Era o garoto mais lindo que eu já teria tido algum contato. Aqueles cabelos lisos batendo na testa, aquele sorriso lindo com seus dentes grandes que brilhavam:
- Cuidado com o que anda bebendo, garota! -
Ele interrompeu meus pensamentos semi-apaixonados falando bem perto do meu ouvido, me fazendo arrepiar:
- Não, eu não bebi. Só estava dançando! -
Eu estava tímida, sorrindo a toa, mas essa minha nova fase não me permitiria jamais ficar presa na timidez. Não parava de olhar bem nos olhos claros dele, entregando logo todas as minhas intenções:
- Então vem cá! -
Ele me pegou na mão, me levou no bar, e começamos a beber:
- Como é seu nome? - Perguntei, dando início a nova Mari-nada-tímida.
- Gabriel, e você?
- Mari!
Todo tempo eu sorria, olhava para a boca dele, para os olhos, eu estava louca para beijá-lo.
Eu já estava pronta para pegar na mão dele e levar para algum lugar! Enquanto tentava despertar essa coragem, parece que ele leu meus pensamentos. Pegando mais uma vez na minha mão, me levou para um lugar mais escuro. Era perto do banheiro. Apesar das pessoas sempre passar por lá, estava muito escuro naquele local, o que me deixou confortável.
Gabriel me encostou na parede, e quando eu tava preparada pra começar alguma conversa, ele me mostrou que conversar era a última coisa que ele queria fazer.
Fiquei intimidada com a forma que Gabriel tocava nos meus peitos e passava a mão na minha bunda! Não foi nada romântico como aparentava a imagem de príncipe que ele passava. Mas, mesmo assim, aqueles beijos ferozes me levaram para um mundo paralelo, só meu e dele. Eu estava tão hipnotizada, que deixava ele fazer tudo comigo sem que eu questionasse. Tava adorando tudo aquilo!
Depois de uns 20 minutos encostados nessa parede perto do banheiro, Gabriel observou ao redor, pegou dessa vez, não pela mão, mas, pelo meu braço, e me puxou para o banheiro. Lá, tinham três compartimentos individuais e alguns mictórios. Logo vi que era o banheiro masculino. Entramos em um dos compartimentos, fechei a porta e já imaginei o que Gabriel queria. Eu também queria!
Querendo me mostrar esperta e sexy, fui levantando meu vestido. Gabriel, logo colocou abaixou minha calcinha, e começou a fazer sexo oral em mim. Nunca tinha recebido coisa assim na minha vida. Lógico que nunca passou na minha cabeça perder a virgindade dentro de um banheiro de boate, mas eu estava pronta, era ele que eu queria.
Estava cada vez mais apressada pra sentir tudo aquilo que o sexo poderia me proporcionar. Abaixei a calça do Gabriel, e ele logo se encostou no meu corpo.
Doeu! Foi bastante desconfortável. Não achei nada gostoso e prazeroso. Mas, me sentia o máximo, me sentia mulher com aquele garoto dentro de mim, revirando os olhos, gemendo. Ele parecia adorar me ter ali com ele, e eu estava me sentindo cada vez mais madura, então não tinha problemas.
Depois de algum tempo ouvindo o entra e sai dos marmanjos no banheiro, Gabriel gemendo no meu ouvido, finalmente parecia que ele tinha acabado.
Só então, quando ele se afastou de mim, lembrei de uma coisa que por mais hipnotizada que eu estava, jamais deveria ter esquecido: a camisinha!
- Gabriel, transamos sem camisinha! Não pode ser, meu Deus, tou ferrada!
- Ah, fica tranquila, não confia em mim? Jamais te faria algum mal, eu não gozei dentro de você. Não sou louco! -
Confesso que fiquei mais aliviada com a declaração de que ele não tinha gozado dentro de mim, e que eu provavelmente não sairia dali grávida!
- Meu anjo, vou ter que ir aqui fora, mas, já volto pra te buscar. Se veste aí rapidinho!
Gabriel saiu, me deixando sozinha naquele banheiro que apesar de imundo, foi o cenário da minha primeira relação sexual! Minha vagina estava dolorida. Quando eu toquei, parecia que alguma máquina havia passado por ali, tava sagrando, e eu comecei a ficar preocupada! Como não tinha papel higiênico, limpei o sangue com minha própria calcinha, e joguei ela no lixeiro que tinha ao meu redor, eu não iria vestir ela daquela jeito! Abaixei meu vestido, averiguei o movimento dentro do banheiro! Vi que não tinha nenhum homem lá dentro e saí o mais rápido que pude. Não quis esperar o Gabriel ali, lá fora eu o encontrava.
Assim que cruzei a porta do banheiro, um grupinho de marmanjos entraram, me olhando como se eu fosse um pedaço de carne, fazendo piadas convidativas para o sexo. Mas, eu era do Gabriel agora! Fiquei um bom tempo na porta do banheiro esperando ele voltar. Me sentia cansada, com sono, porém realizada por encontrar um menino tão bonito e legal, que me fez sentir mulher nessa noite!
- Filha da puta, onde foi que você andou esse tempo todinho? -
Fui acordada enquanto cochilava encostada na parede que aconteceu as primeiras carícias com Gabriel:
- Ananda? Oi! O que houve? Calma, parece que você encontrou um fantasma, eu heim...
- Vamos embora agora, tá me ouvindo? Agora!
- Não, tou esperando o Gabriel...
- Foda-se esse Gabriel, vamos pra casa agora!
- Olha, não te dou o direito de você falar assim comigo, eu sei que sumi, mas quem sumiu primeiro foi você me deixando sozinha. Eu só estava...
- Mari, eu acabei de transar com o meu pai, aqui dentro da boate! Vamos pra casa agora, por favor!
quarta-feira, 8 de julho de 2015
Se você se acha esperto, eu sou esperto duas vezes. Não vai ser hoje que os sonsos dominarão o mundo!
Sabe que tipo de pessoa mais me incomoda? Não são aquelas que roubam e matam. Essas também não são as melhores pessoas do mundo, mas, se forem verdadeiras e assumirem com o que faz, já terão mais o meu respeito do que alguém que vive aparentemente em harmonia com a sociedade, porém, fingindo a realidade, ou seja, sendo sonso e dissimulado. É esse tipo de gente que me incomoda.
Acredito que umas, das dezenas de ópio da sociedade, é a omissão e a mentira. Coisas essas que são tão bem disfarçadas naquelas pessoas sonsas, que todo mundo jura, por não conhecer realmente quem é, que são as melhores, as mais legais, as mais verdadeiras pessoas, quando na verdade são as que mais apunhalam pelas costas e com facilidade.
Creio que as vezes esse tipo de gente não age assim por querer. Deve ser um tipo de "dom da sonsice" que vem lá de dentro, que com tanta facilidade, faz desabrochar alguém que engana, manipula e controla tudo e todos ao seu redor, sem que ninguém perceba a verdade.
Só que, como todo carnaval tem seu fim, essa diversão das pessoas fingidas que nos rodeam, também acaba.
O defeito nesse tipo de gente é que eles se acham espertos demais, já que ninguém nunca abriu a boca para cuspir palavras sobre o verdadeiro ser que ali dentro se encontra. Acabam então, a partir daí, construindo uma bola de neve cheia de grandes e até pequenas mentiras, omissões, coisas que deixaram de ser ditas, atitudes que foram jogadas por debaixo do tapete como se não houvesse acontecido nada. Só que, não podemos esquecer de um fato importante. Cada vez que uma bola enche, seja de neve, de assopro, couro, não importa, quanto mais enchemos ela, mais visível ela fica, e chega um dia que não conseguimos mais esconder. As vezes, encontramos pessoas muito mais astutas do que nós, que sacam em uma conversa o tipo de pessoa que somos, e passam a observar desde então a própria cavação de buraco, ou então só espera para ver a bola explodindo e tudo que foi guardada nela, sendo jogado em todos os cantos.
Cuidado! Você pode se achar inteligente demais, achar que ninguém sabe do que você faz na sua intimidade, talvez, você ache que seja besteira as coisas que você deixa de dizer, ou as atitudes que você deixa de mostrar. Mas, de uma coisa eu sei, sempre vai existir alguém mais esperto que você, esperando o momento certo em que você escorregue no próprio vômito e garanta boas crises de risada e satisfação ao observador.
Se você é uma pessoa cínica, e próprio se assume como sonso e dissimulado, melhor rever os conceitos. A verdade é sempre o objeto mais sensato para ser usado em qualquer situação. Não faz sentido mentir, esconder, trapacear.
Se você se identificou com alguma parte do meu texto, e acha que pode ser uma daquelas pessoas que agem assim sem perceber, preste atenção nos seus atos, isso de procurar desculpas é mais um sintoma do quão sonso você é.
Aos meus amigos da verdade, trago minhas admirações, são esses que não me assustam, mesmo mostrando quem são, e mesmo se forem pessoas que roubam e matam como eu citei no começo, eu os prefiro como amigos do que os temidos sonsos.
domingo, 5 de julho de 2015
Talking About Love #012
Escrevendo sobre coisas aleatórias pra ver se me desfaço de alguns fatos da vida, nem que seja por uns minutos.
Tudo que coloco no papel deveria ser eterno, mas sempre tem alguém pra rasgá-lo.
Será que as pessoas que rasgam meu papel, imagina que nos destroços da folha vai um pouco do meu coração e muito do meu sentimento?
Agora percebo o quanto de cuidado tenho que ter. Não posso deixar minhas palavras sacudidas por aí! Tem sempre alguém pronto pra destruí-las e não quero ficar sem coração, ou com menos coração do que o restante, certo?
Se bem que em certos momentos eu penso e digo que seria legal não ter coração. Egoísmo da minha parte, eu sei. Vou lembrar de nunca mais dizer isso! Não quero que as pessoas do mundo todo não tenha coração só porque eu amo o erro, ou nunca sou amado.
Meu coração não serve pra sentir isso apenas, o sentimento do amor não é tão vago assim, é amplo, encontro o amor nas atitudes de pessoas específicas, comigo e isso me conforta.
Agora uma dúvida! Existe a prova de que o sentimento do amor vem do coração mesmo? Um órgão pode guardar um sentimento? Não tenho certeza, mas acho que não!
Todo sentimento deve vim do cérebro. Vou me lembrar de desenhar um cérebro sempre que for descrever o amor.
Lições da escrita de hoje:
- Preciso do meu coração, pois ele bate e me torna vivo, preciso do meu cérebro, que me faz pensar, e no pensar eu aprendo a sentir. -
E uma última observação:
- Tenho que esconder dos mal-amados, o meu papel, que quanto menos rasgado, mais vivo me torna, mais pensamentos me traz, mas sentimentos me faz.
sexta-feira, 3 de julho de 2015
Simplesmente Mari. #03
Confesso que a cada passo que dávamos, eu me sentia cada vez mais nervosa, apesar de não fazer mais nenhuma pergunta no decorrer do percurso que fazíamos.
Eu só sabia pensar comigo mesma: "Para onde que ela está me levando?", " O que vamos fazer essa hora, andando na rua?", "Será que ela não quer que eu more com ela e está me levando para outra casa?"
Até que depois de andarmos alguns longos minutos em silêncio, estávamos agora em uma avenida grande e movimentava, porém, tinha uma rua estreita no meio dessa avenida, e foi em direção a esse lugar que fomos. Era uma rua sem saída, escura e um pouco suja. Na verdade parecia uma vila, pois tinha algumas casas. Quando finalmente chegamos no final dessa ruazinha e consequentemente na última casa que fazia parte da decoração não muito agradável dali, Ananda tirou uma chave do bolso, abriu a porta desta última casa, e bradou:
- Seja bem-vinda!
Entramos nessa casa, muito pequena, bem diferente da casa enorme e cheia de glamour que eu tinha conhecido há alguns minutos atrás. Esta, da porta mesmo consegui ter a visão completa da casa. Na entrada, o que era pra ser uma pequena sala, parecia mais ser o quarto, nela ficava uma cama de casal, um guarda-roupa rosa pequeno, um criado mudo, e televisão pequena em cima de um centrinho. Tudo muito apertado. No outro lado, separado por uma mureta, eu conseguia ver um fogão, um frigobar, e duas cadeiras, tinha também uma porta lá no final que parecia ser o banheiro.
Eu não conseguia falar nada, apenas observava cada detalhe do lugar, até Ananda quebrar o silêncio:
- Não vai falar nada? Eu sei que não é essas coisas todas, mas dá pra o gasto.
- Eu não estou entendendo direito, Ananda!
- Ah, desculpa por não ter contado, mas você não achava que eu morava naquela casa enorme e maravilhosa né?
- Mas, e aquela história da sua mãe, que morreu e deixou a casa pra você, e seu pai que abandonou vocês quando você tinha 3 anos...
- Ah, isso daí é tudo verdade, a única mentira da história é a casa. Aquela casa linda e enorme que você conheceu é de um amigo que as vezes faço umas visitas. Digamos que a mansão que minha mãe deixou foi essa.- Rimos pela ironia - me desculpa mesmo de não ter dito como era minha casa, mas, você só fica aqui se quiser.
- Ok, tudo bem pra mim! Eu não ligo, quero uma vida nova, não ligo pra o tamanho da casa, sei que você será uma ótima amiga pra me ajudar nessa mudança. E aquele emprego que você me disse?
- Não sei se você viu um mercado na avenida, antes de entramos aqui na rua. Amanhã mesmo vou te apresentar ao gerente que é super meu amigo.-
"Nossa, ela é cheia de amigos." pensei comigo mesma.
- Ai, que ótimo então.
- Olha, Mari, como eu tenho certeza que amanhã mesmo você começa a trabalhar, vamos estabelecer umas regras de horários caso tenhamos que trazer amiguinhos ou namoradinhos pra cá?
- Como assim? - comecei a rir.
- Assim, você trabalhará durante o dia, já que o mercado só abre de dia, então eu trago quem eu quiser enquanto você trabalha, e você traz a noite. Quase sempre eu saio, então pode ficar à vontade. Aqui é pequeno, não é difícil de deixar organizado, só peço que você sempre me ajude na limpeza, e sempre troque os lençóis quando trazer seus boys.
- Ai, não! Nem se preocupe com isso! Não tenho boys.
- Não me diga que nem procurou um namoradinho de aplicativo de celular pra se distrair aqui na cidade grande...
- Que aplicativo?
- Mari, tem vários. Usa o Tinder se quiser arrumar alguém rápido e fácil por aqui, sempre tem vários disponíveis, loucos por alguém.
- Ah, deixa pra lá, não quero não.- Já tava ficando constrangida com essa conversa, eu com 18 anos, virgem, só tinha beijado uma única vez, um primo meu que apesar de ser bonito, era tarado, e sempre tentava algo a mais comigo toda vez que ia na minha casa. Só o beijei uma vez, peguei nojo logo em seguida dele, e de mim mesma por ter feito isso.
- Eu sei que você tá um pouco cansada, mas a noite é uma criança, vamos nos arrumar, que vou te levar pra uma balada maravilhosa.-
Eu realmente estava cansada, mas, não queria desapontar minha amiga que tava sendo tão legal comigo.
Peguei a minha toalha na bolsa e fui tomar um banho rápido. O banheiro era na porta do final na cozinha como previ. Pequeno e simples como tudo naquela casa.
Quando finalmente enrolei a toalha no corpo e saí do banheiro, avistei Ananda deslumbrante, pronta para a balada. Tinha trocado seu vestido angelical azul por um preto cheio de brilho que colava no corpo bem delineado dela.
Enquanto Ananda dava os últimos retoques na maquiagem, eu ainda nem tinha conseguido achar uma roupa legal para essa ocasião.
- Algum problema aí, Mari?
- Acho que sim, não tenho roupa pra balada, sabe? Nunca fui em uma.
- Não tem problema, tenho várias! -
Na mesma hora, Ananda abriu seu pequeno guarda roupa, que, apesar de pequeno, realmente tinha várias roupas.
- Tenta esse! -
Ela me deu um vestido vermelho, não era chamativo como o dela, parecia ser apertado em cima e folgadinho embaixo e isso poderia me deixar sexy e angelical ao mesmo tempo.
Quando eu ia pegar o vestido para me trocar no banheiro, Ananda me interrompeu:
- Olha, vamos morar juntas agora, não precisa ter vergonha. Pode se trocar aqui mesmo. -
Eu estava morrendo de vergonha, mas, tirei a toalha, a acho que Ananda foi a primeira pessoa que viu completamente nua. Sem cerimônia, ela me ajudou a vestir, me passou um pouco de maquiagem no rosto e bradou a sua obra:
- Você tá linda, a cor do vestido ficou perfeita no tom da sua pele, garota hoje é sua noite. -
Fui verificar no espelho pequeno que tinha no banheiro, e pela primeira vez em todos e esses anos, me senti bonita e poderosa.
"Sim, hoje vai ser minha noite!"
quarta-feira, 1 de julho de 2015
O cuidado na hora de escolher uma profissão, pode salvar vidas, inclusive a sua.
Vocação: tendência, gosto por algo, apreço, dom.
Quantas pessoas saem da faculdade péssimos profissionais, por não ter vocação pelo curso que estudou? Uma coisa que eu sei, é que o mercado de trabalho está cheio desse tipo de profissional.
Faculdade não é brincadeira. Isso de jogar qualquer curso na hora de fazer o vestibular, porque é menos concorrido, a profissão oferece um bom salário, porque está indeciso ou por causa dos pais que sempre sonharam que o filho estudasse tal coisa... Enfim, essas e dentre outras coisas corriqueiras em época de vestibular é simplesmente horrível. Não façam isso! Se você tem dúvida no curso em que escolher, espere mais um pouco, pesquise muito sobre os cursos que você tem dúvida, e em todos os casos só escolha aquele que você tem mais um apreço! Não adianta nada você fazer medicina se, em uma sala de cirurgia vai matar os pacientes de tão péssimo que é, não adianta querer ser professor se na sala de aula, não vai conseguir fazer o aluno aprender. Todos os cursos tem que ser estudados com amor! Só assim você será um bom profissional e vai conseguir destaque no mercado de trabalho, independente da sua escolha. Se você quer ganhar dinheiro, corra atrás! Cursar algo bem valorizado não vai ser o suficiente para você se tornar rico. Dos cursos menos desvalorizados, até os mais concorridos, ao se formar você vai ter que sair da sua zona de conforto e só assim ganhar destaque. Aliás, você tem que ser esforçado desde o primeiro dia de aula, até depois quando já estiver trabalhando. A faculdade é um reflexo do que você vai encontrar no mercado de trabalho e se você não se dedica estudando, é ser muito otimista achar que vai ser um profissional maravilhoso.
Sobre aqueles pais que forçam os filhos a estudar algo que eles não querem, vocês filhos tem que ser rude, falar com força sobre o que você quer fazer, colocar na parede, bater o pé, não fazer e pronto!
Por fim, um último exemplo bem simples para deixar uma reflexão: "Se na hora de cozinhar um bolo, você não fizer com amor, ele vai sair todo torto, talvez solado e ruim, imagina algo que vai fazer parte do resto da sua vida."