terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Talking About Love #19

Eu só queria acordar desse eterno pesadelo em que você me colocou.
Abrir os olhos e repentinamente sentir aquela vontade de viver, que outrora era nítida.

Por que eu não fui capaz de ver,
Que você sugava e consumia todo meu ser?
Você finge tão bem, que pensei que poderia ser eterno aquele amor prometido, hoje esquecido.

Você é um ser dominado pela carência.
Tão natural você demonstra paixão,
Quão rapidamente você revela sua indiferença no amor.

Não deveria ser assim:
"Pessoas brincando de amar."
Se é jogar que você quer, escolha quem siga as mesmas regras que você consiste em viver.

Difícil deve ser, escolher alguém do mesmo caráter que você.
Já que sabe o estrago que faz, o medo de ser a vítima da vez faz sua covardia pairar no ar.
Como você consegue viver em paz?

sábado, 26 de dezembro de 2015

O Coelho, o Urso Panda e a caverna. #02

Em frente da caverna havia uma enorme pedra, que só era possível a entrada caso usassem de muita força para tirá-la. Porém, o Coelho era um animal pequeno, e prontamente foi entrando na caverna ao avistar uma pequena brecha entre a pedra e a entrada.
Lá dentro era frio e escuro, mas um raio de luz ainda conseguia entrar na caverna, por conta da brecha, o que não impossibilitava totalmente a visão.
O Coelho estava com medo e com frio, desejando estar no quarto de Lalinha com todas aquela pelúcias que faziam ele dormir por horas naquela penugem quentinha.
Enquanto pensava em Lalinha e em seu quarto, ele percebeu que não estava sozinho. Pela fresta de luz que ali entrava, o Coelho avistou que mais a fundo da caverna havia um bicho peludo e grande. Logo lembrou do "Urso" do quarto de Lalinha, o maior daquele lugar, e levado pela emoção de ter um urso no qual pudesse se esquentar e dormir, o Coelho correu com suas pequenas pernas e pulou em cima daquele animal.
"Que delícia", o bichinho pensou. "Aqui também tem pelúcias onde posso encontrar um aconchego."
Até que de repente, aquele animal levantou-se, derrubando o pequeno Coelho no chão, e fazendo-o chorar, assustado com a voracidade do rugido que saia de sua enorme boca.
- Não, não chore, pequeno animal. - Disse o grande bicho que se encontrava lá - Não tenha medo, não tive a intenção de te assustar ou te machucar. -
O Coelho estava realmente assustado com a voracidade daquele animal, e não conseguia proferir nenhuma palavra de sua boca, apenas chorava e ouvia o bicho desconhecido falar.
- Quem é você? É um mandado deles?
- Eu sou o Coelho. Deles? Quem são eles? - Finalmente o Coelho conseguiu falar e ficou curioso com a pergunta.
- Oi Coelho, sou o Urso Panda. Eles... Os homens maus.
- Não conheço nenhum homem mau. De onde eu vim só tem homens bons. O que os homens maus querem com você?
-  Não sei, mas eles me assustam. Andam sempre em bando e com várias armas. Não acho que queiram me matar, pois dizem que sou especial, mas eles estão a minha procura.
- Você é especial? Por que?
- Eu não sei. Dizem que nasci com uma marca diferente nas minhas costas e essa marca que me faz ser diferente, me torna especial dos outros ursos e me faz ser de espécie rara. Eu não consigo ver que marca é essa, mas você pode ver e me dizer o que é. - 
O Urso Panda virou as costas para a fresta de luz e o Coelho se aproximou  para observar.
- Isso é tão bonito. - Disse o Coelho. - O que significa?
- Ninguém nunca me explicou. As pessoas só vem ouriçadas pra cima de mim, e nunca escutam minhas perguntas.
- A Lalinha, minha dona que mora no Lado Do Bosque, tinha uma pelúcia nesse formato, ela chamava de "coração".
- Coração? O que é isso?
- Não sei, mas Lalinha dizia que se guardarmos coisas boas dentro dele, nós seríamos pessoas boas e especiais. Ela sempre colocava doces dentro dele, mas as formigas sempre comiam. Urso Panda, você tem um coração desenhado nas costas. 
- É isso que me faz diferente dos outros? Eles querem meu coração?
- Acho que sim, mas não vou deixarem levar você. Quero dormir em cima do seu coração. Você deixa?
- Você é tão pequenino, Coelho. Dorme o quanto você quiser. -
Uma noite se foi, e o Coelho não conseguia acreditar que tinha encontrado um Urso de verdade, e ainda era tão especial.
- Oi, Urso Panda. Tá acordado?
- Não dormi a noite toda, fiquei só observando você, que no meio da noite veio até meus braços e ficou sorrindo enquanto dormia. Até me fez esquecer que lá fora têm homens maus a minha procura.
- Eu não vou deixar eles te levarem.
- Você é tão pequenino, Coelho.
- Urso Panda, tenho fome. Onde você come?
- Eu não como faz três dias.
- Não pode. Assim você vai morrer! Como você conseguiu entrar aqui nessa caverna?
- Um homem bom me ajudou.
- Pensei que só existia homens maus por aqui.
- Esse homem veio do Lado Do Bosque, assim como você. Chegou aqui, e foi obrigado a trabalhar com os homens maus, na minha procura. Mas ele não se corrompeu, continuou sendo limpo, mesmo em meio a tanta sujeira. Quando me achou, me trouxe até aqui e me escondeu com comidas que me alimentaram por sete dias, mas já acabaram e estou com medo de ir lá fora em busca de mais alimento.
- Eu posso ir buscar comida pra nós dois.
- Mas tá perigoso lá fora. A tempestade vai te assustar e você terá que enfrentar o frio e a ventania. E se os homens maus te pegarem?
- Eu sou pequenino, esqueceu? Ninguém vai me ver. Vou buscar alimentos pra nós dois!
- Coelho, me prometa que você vai voltar!
- Eu vou voltar pra você, Urso Panda.
- Se alguma coisa acontecer e você não poder trazer a comida, vem correndo. Pode voltar sem nada nas mãos, no entanto que você venha de volta.
- Pode deixar, Urso Panda.
- Se cuida.
- Se cuida. -
E com um salto em cima do Urso Panda, o Coelho se despediu e saiu pela brecha da pedra que cobria a caverna.


quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

A lenda das Olivers. #EspecialDeNatal

Fala galera, hoje é véspera de natal e apesar de não ser dia de postagem, resolvi escrever um conto de horror-comédia que se passa nessa época natalina, para comemorar aqui no blog.
Se divirtam com esse especial de natal, nada convencional. 

A LENDA DAS OLIVERS.

24 de dezembro de 2000, interior de Minas Gerais.

Nancy Oliver era uma garota saindo dos 14 para os 15 anos, e fazer aniversario na véspera de natal nunca foi uma das suas coisas preferidas no mundo em que vivia.
Seu pai morreu em um acidente numa hidrelétrica em que trabalhava, quando Nancy ainda estava na barriga de sua mãe.
Filha única de mãe viúva, cresceu vendo a mãe fazendo bolos para os mais diversos aniversários da pacata cidade em que moravam. Os boatos sobre os "Bolos da Ofélia Oliver" era que eles eram os mais gostosos por causa das lágrimas que Ofélia derramava na tijela em quanto fazia-os.
A depressão eterna da mãe pela perda do marido, foi uma das coisas que incentivaram Nancy a ser uma criança obscura e sem amigos.
Também depressiva, Nancy ficou desapontada quando na virada de 1999 para 2000, o mundo não acabou, e dessa vez, ela tinha decidido fazer algo diferente em seu aniversário para comemorar os 15 anos.
Tudo começou quando pela 15° vez, Nancy teve de comer aquele bolo vermelho com um Papai Noel em cima, que todos os anos sua mãe insistia em fazer apenas para ela, já que nenhuma pessoa da cidade se atrevia a ir para a festa das "depressivas".
Depois da 5ª fatia, observando os materiais para o bolo que ainda estava na mesa, Nancy olhou para o corante vermelho extra-forte e teve uma ideia:
- Vou trazer um pouco de diversão para esse natal. - Disse ela consigo mesma.
Depois de horas dentro do banheiro, Nancy finalmente ouviu sua mãe se aproximando da porta, e tudo começou.
Quando Ofélia se deparou com o corpo de Nancy no chão, aparentemente toda ensanguentada, e com uma faca ao lado, a histeria tomou conta daquela casa. Ofélia saiu aos berros no meio da rua, interrompendo a ceia de toda a vizinhança.
- MINHA FILHA SE MATOU. ELA ESTÁ MORTA. -
Quando alguns curiosos voltaram ao banheiro fazendo companhia para Ofélia, encontraram o lugar vazio, só com manchas vermelhas no chão.
- ELA ESTAVA AÍ. MINHA FILHA MORTA. - Chorava Ofélia, enquanto na verdade Nancy estava no porão de casa.
- Minha mãe é muito imbecil. Era só uma brincadeira, como ela pôde ter chamado a vizinhança toda pra ver isso? Todo mundo iria me ver morta caso eu tivesse me matado... Mas agora vão chamar a polícia e eu não posso sair dessa história como boba. Vão zuar de mim pra o resto da vida se descobrirem que estou viva e que toda aquela sujeira foi corante vermelho. Preciso de sangue de verdade, não de corante. - Pensava em voz alta, Nancy, que nas ferramentas que estavam guardadas no porão há anos, encontrou uma chave de fenda e segurou com força, saindo de lá.
Por trás do espelho da enorme sala da casa de Nancy, ela observava sua mãe chorando ao se despedir dos vizinhos que se prontificaram a ajudar por alguns momentos.
Quando Ofélia trancou a porta e limpou as lágrimas dos olhos, uma risada soou de sua boca, que deixou Nancy confusa, até a mãe confessar em voz baixa:
- Cadê aquela vadiazinha? Se ela não fez o favor de se matar, eu mesma farei agora. Todo mundo sabe da história, viram o banheiro manchado, não será difícil de acreditar que ela tenha se matado mesmo. Nunca quis criar essa menina sozinha. Depois da morte do pai dela, só veio sofrimento pra minha vida, e ela é o maior deles. - Ofélia continuou a falar, dessa vez em voz alta:
- Filhinha? Cadê você meu amor? Nancy? -
Nancy correu para o banheiro assim que ouviu toda a confissão de sua mãe. Ela estava com muita raiva de tudo o que ouviu, e com um pote de corante vermelho na mão, e uma chave de fenda na outra, não pensou duas vezes.
- Nancy, você está aí de volta, minha lindinha. - Disse Ofélia ao abrir a porta do banheiro e encontrar Nancy jogada no chão mais uma vez. Se aproximando cada vez mais perto do corpo com uma faca na mão, Ofélia continuava a falar:
- Não vai querer brincar de pique-esconde comigo mais uma vez não é? Vamos acabar logo com isso, filhinha.
- Concordo com você, mami. -
Levantou-se, Nany enfiando a chave de fenda na cabeça de Ofélia por diversas vezes seguidas.
Após cometer o crime e deixar o sangue verdadeiro jorrar pelo banheiro, Nancy ligou para a polícia e do outro lado escuro da rua, ficou observando a movimentação, até que um dos policiais começou a se aproximar.
Ele falava algumas coisas que até então, Nancy não entendia, e pensou em correr, pois para ela, estava sendo descoberta.
Até que ela percebeu que o policial só queria jogar uma lata de enérgico no lixo que estava logo à frente.
- Eu não preciso mais disso. Eu ganhei na loteria de natal. Finalmente vou sair dessa vida e nunca mais trabalharei em feriado. - Falava o policial em tom de comemoração.
- O senhor o que? - Nancy falou com a voz adocicada, saindo de trás da lata de lixo.
- Eu ganhei na loteria minha filha. Nunca mais trabalho pra polícia. Mas... Você não é a filha da boleira que morreu?
- Eu? Pra quê perguntas agora? Você não disse que nunca mais trabalharia para a polícia?
- Uai, eu só...
- Você é casado, senhor policial? -

Nancy nunca foi encontrada pela polícia, que preferiu arquivar o caso por achar que o fantasma da garota teria matado a mãe.
Até hoje a "Lenda das Olivers" é contada em época de natal, na ceia daqueles que prezam por estórias assustadoras, enquanto Nancy, vive em Miami com seu marido ex-policial, e seu fiel escudeiro corante vermelho extra-forte, que usa sempre na hora de dar a desculpa "daqueles dias", quando não está afim de se deitar com seu marido 3 décadas mais velho.

Fim.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Talking About Love #18

Essa saudade que bate no peito em meio à noite fria,
Vem querendo dizer alguma coisa que não sei explicar.

Fecho os olhos e lembro do quanto fui feliz ao seu lado, 
E pensei que eu era tudo o que você queria ali.

Mas porque você destruiu todo nosso amor?
Porque, você foi embora e me abandonou?

Quer saber? Ainda vou lutar por você! Essa saudade que bate no peito só quer dizer uma coisa. 
É você!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Comentando os Trends #15

Fala galera! Esse fim de semana foi dominado por comentários relacionados à política e esporte, mas os destaques ficaram para os comentários sobre a vida dos artistas e sobre TV, vamos lá.

1: Gusttavo - Na madrugada do sábado,19, faleceu Dona Sebastiana, a mãe do cantor sertanejo Gusttavo Lima. Dona Sebastiana tinha 66 anos e morreu por problemas cardíacos, enquanto dormia.
O cantor decidiu manter sua agenda, pois segundo ele, a mãe gostava de vê-lo cantar e continuará vendo de onde ela está agora.
No velório, Gusttavo passou mal por conta do nervosismo e teve que ficar a base de sedativos, por conta disso, ele não conseguiu ir ao enterro.
O que chamou a atenção dos usuários da web nisso tudo, foi a "frieza" do site EGO, responsável por falar notícias sobre celebridades, ao divulgar a morte da mãe do Gusttavo, mesmo antes dele saber da notícia.
Quando o site EGO divulgou a notícia, o cantor ainda estava dormindo e isso causou revolta em muitos usuários que acharam uma falta de respeito e ética do site.

2: #EscolinhaNaGlobo - Há duas semanas, estreou na Rede Globo a edição especial do humorístico "Escolinha do Professor Raimundo".
O remake do sucesso de 1990, é uma parceria do Canal VIVA e da Rede Globo.
Irá ao ar, 5 episódios no canal fechado, a Rede Globo reprisará os 5 episódios e passará mais dois inéditos.
O humorístico está indo ao ar na TV aberta aos domingos e tem causado muitos comentários na web.
Com nomes como Dani Calabresa, Marcelo Adnet, Fabiana Karla, Mateus Solano e outros, o programa tem recebido boas críticas da grande maioria, porém as comparações são inevitáveis, e alguns outros telespectadores não se agradaram do remake.
Dos atores, a participação de Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho talvez sejam as mais especiais, já que ambos interpretam os personagens que seus pais interpretaram na primeira edição do clássico de Chico Anizio.

3: Viviane Araújo - Duas semanas depois de ser vencedora da edição 2015 da Dança dos Famosos, Viviane Araújo voltou ao palco do "Domingão do Faustão", dessa vez como homenageada do quadro "Arquivo Confidencial".
A grande surpresa ficou no final, com o pedido de casamento do jogador Radamés, para a dançarina e atriz, ao vivo no palco.
Viviane Araújo disse "sim" depois de ficar tão supresa com o pedido, pois segundo ela, o (agora) futuro marido, é muito tímido.

O "Comentando os Trends" fica por aqui com o último post da temporada, podendo voltar em breve. E a partir da próxima semana, o blog só terá postagem nas quartas e sábados! Beijos.

sábado, 19 de dezembro de 2015

O Coelho, o Urso Panda e a caverna. #01

Numa tarde ensolarada, no bosque da Villa da Verdade, estava uma família fazendo um piquenique. Villa da Verdade era uma cidade que tinha dois lados, o "lado do bosque" era onde todas as pessoas eram felizes, se respeitavam, e os pais, instruíam seus filhos para não irem nunca para o "lado da floresta", onde as coisas ruins aconteciam, e as pessoas em que lá viviam, eram conhecidas como pessoas aparentemente duras.
O Lado do Bosque era sempre fechado e não recebia novos habitantes, mas o Lado da Floresta era aberto e qualquer um poderia ir para lá, mas era um caminho sem volta para o outro lado.
Enquanto as crianças brincavam com o Coelho, animal de estimação da família, o Papai, como elas chamavam, veio até elas e falou:
- Tá vendo aquele caminho largo descendo pelo rio? Nunca vão por ali, meus filhos. Ali, dá no Lado da Floresta, onde o mal habita. E se vocês forem pra lá, nunca poderão voltar. -
As crianças já estavam habituadas a ouvir isso, e Lalinha, a mais nova, colocou o Coelho nas mãos e olhando bem no fundo dos olhinhos vermelhos dele, falou:
- Tá vendo, Coelho? Não pode ir pra o Lado da Floresta, viu? -
Quando o fim da tarde chegou e foram todos para casa, Lalinha levou o Coelho para brincar no seu quarto rosa e cheio de brinquedos e pelúcias. 
O Coelho adorava o quarto de Lalinha. Era o lugar preferido dele em toda a Villa da Verdade. Ele se jogava entre as pelúcias e ficava dormindo por horas em cima delas. Tinha uma mais especial que as outras, que a Lalinha chamava de "Urso", o Coelho não sabia o que era um Urso, mas sabia que era um animal que vivia no Lado da Floresta e apesar das pessoas sempre falar que lá habitava o mal, o Coelho não concordava, pois para ele, o Urso de Lalinha representava uma coisa muito boa que poderia existir lá.
Na hora do jantar, Lalinha deixou o Coelho dormindo em cima do Urso que era enorme, de cor caramelo.
Enquanto dormia, o Coelho passou a ter sonhos com o Lado da Floresta. Ele via nuvens carregadas de raios e as pessoas corriam para vários animais parecidos com o Urso de Lalinha, elas abraçavam os animais e quando isso acontecia, as nuvens escuras iam embora e o céu clareava.
O Coelho, muito inquieto, despertou do sono quando caiu no chão, de tanto se mexer em cima do Urso. 
O animalzinho cinza e de olhos vermelhos, passou a observar as pelúcias do quarto, e ele pensou:
"Aqui tem tantos bichos diferentes e eu não conheço nem metade deles. Tenho certeza que eles moram no Lado da Floresta. Eles não podem ser do mal, já que as pessoas daqui do Lado do Bosque, guardam eles nos quartos das crianças."
O Coelho saiu do quarto e começou a andar pela casa enquanto pensava sobre o Lado da Floresta e sobre tantos bichos que poderiam viver lá.
Quando ele passou pela sala de jantar, ficou observando aquela família. Lalinha, Filipe, Mamãe e Papai, que sorriam diante daquela mesa farta.
"Será que as pessoas do Lado da Floresta, tem mesas cheias de comida como esta?" O Coelho pensou, enquanto a campainha tocava e Papai se levantou para atender. Depois de alguns minutos, ele voltou com um bicho na mão e todo mundo saiu da mesa correndo para acariciar o animal. Ele era um cachorro de pequeno porte, e o Coelho já tinha conhecido alguns desses antes.
"Será que esse Cachorro será o novo animal de estimação daqui?" Questionou o Coelho enquanto ouviu Lalinha falar para o Cachorro: "Meu Cachorro! Eu te amo."
O Coelho ficou em choque. Para ele, Lalinha só o amava e ele pensou: "Será que as pessoas do Lado da Floresta são assim? Troca de amores em segundos?"
Então, o Coelho começou a chorar, enquanto via Lalinha levar em seus braços, o Cachorro para o quarto.
Depois de algumas horas, o Coelho resolveu ir para o quarto também, já que iam conviver juntos, resolveu se apresentar para o Cachorro.
Ao passar pela porta, ele avistou Lalinha agarrada com o Cachorro, dormindo em cima do Urso.
O Coelho correu para longe dali de tanta raiva e seus olhos vermelhos pareciam queimar.
Quando mais tarde, Filipe foi levar o Cachorro para fazer xixi no jardim, o Coelho acompanhou sem ninguém perceber. Ao sair, se escondeu entre as rosas azuis do jardim, as suas preferidas, e não voltou para casa, quando Filipe retornou com o Cachorro.
Então, o Coelho seguiu a caminho do bosque, e ao chegar lá, viu o quanto ali era escuro pela noite, e muito diferente de como era pelo dia.
Ele começou a sentir medo, e correu, seguindo pelo caminho largo do rio, até chegar na entrada que separava o Lado da Bosque do Lado da Floresta.
Depois de refletir por horas, o Coelho pensou consigo: "Amo a Lalinha e a família toda. Mas eles têm o Cachorro agora e não vão sentir minha falta. Eles iriam me abandonar logo logo, mesmo. Quero conhecer o Lado da Floresta. Não deve ser tão ruim como dizem, não deve ser."
Assim que o Coelho entrou no Lado da Floresta,  nuvens carregadas de raios se formaram, trovões cantaram alto e ao se lembrar do sonho, o animalzinho olhou logo ao seu redor a procura dos Ursos, mas não achava nenhum e não via ninguém.
O Coelho correu para trás, tentando votar para o Lado do Bosque, mas uma parede invisível surgiu ali impedindo dele voltar.
Ele começou a chorar e queria algum Urso para abraçar e não encontrava nenhum deles, até que avistou uma caverna e viu que lá poderia ser um bom lugar para se esconder e esperar a tempestade de raios e trovões passar.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Talking About Love #17

Estou cansado de tudo o que você me apresentou,
Do choro, grito abafado e da depressão que você me causou.

A gente fala de amor e você não dá a mínima,
As suas incertezas não me convêm. Por que não mostra logo pra o que veio, meu bem?

Você é um serial killer do amor, ainda fará muitas vítimas por onde passar, e eu vou correr pra um amor bandido como esse nunca mais viver.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Comentando os Trends #14

O fim de semana que passou foi bastante agitado no Twitter. Muitas homenagens à artistas, comentários sobre TV, música, esporte e vida das celebridades fizeram parte da maioria dos comentários. Vamos aos responsáveis dos destaques:

1: Felipe Neto - A treta da semana ficou com o polêmico vlogueiro, Felipe Neto. O garoto começou a criticar a geração atual, que segundo ele é a "geração mais bosta". Em seguida, Felipe Neto criticou os jovens que não escutam rock, mas escutam o cantor de forró Wesley Safadão. Por sua vez, "Safadão" usou seu humor para responder ao vlogueiro, convidando-o para comparecer ao show do mesmo e afirmando que o vlogueiro ainda ouvirá muito suas músicas.
Em seguida, Felipe Neto convidou o cantor para assistir sua peça no teatro.
O cantor Wesley Safadão tem levantado uma legião de fãs no Twitter, que se revoltaram com o comentário de Felipe Neto, e deram apoio ao cantor.
A cantora Anitta e o comediante Rafinha Bastos, foram uns dos que se meteram na discursão.
No domingo, Wesley Safadão postou uma foto com o livro de Felipe Neto, e os apoios ao cantor, aumentaram mais ainda com esse gesto.

2: Aldo - Na madrugada de sábado, fãs do lutador de UFC, José Aldo, lamentaram a derrota do ídolo que há 10 anos não sabia o que era perder uma luta.
José Aldo foi derrotado pelo lutador irlandês Conor McGregor durante 13 segundos de luta.
Segundo José Aldo, está sendo difícil digerir a derrota, já que ele e a equipe se esforçaram tanto para trazer uma vitória. O lutador recebeu apoio e carinho de vários fãs e celebridades, inclusive do lutador Anderson Silva.

3: #MelhoresDoAno - Ontem aconteceu na Rede Globo a exibição da premiação "Melhores do Ano", do Domingão do Faustão.
A premiação contou com a presença de cantores, jornalistas e atores da casa.
Uns dos destaques dos vencedores ficou com Ludmilla, que levou o prêmio de música do ano com o hit "Hoje", Anitta que recebeu o prêmio de melhor cantora, desbancando Ivete Sangalo e Claudia Leitte e Luan Santana que ganhou o prêmio de "Melhor Cantor", garantindo o sétimo troféu do cantor, na premiação.
Ao final da exibição do programa, os artistas que ainda estavam na festa, foram ao palco e cada um falaram um discurso curto. A atriz Giovana Antonelli começou agradecendo os fãs pelo prêmio de melhor atriz e falando da importância do público nesse trabalho. Muitos artistas falaram de paz, amor, dinheiro, luta contra o racismo, e para finalizar, a atriz Cássia Kiss fez um breve discurso político onde criticou o governo e isso gerou muitos comentários em toda web.

O "Comentando os Trends" de hoje fica por aqui. Até segunda!

sábado, 12 de dezembro de 2015

O Coelho, o Urso Panda e a caverna. #Introdução

Depois de três ficções cheias de suspense e drama postadas semanalmente aqui, resolvi trazer uma coisa mais light para o blog. A partir de semana que vem, convido vocês a acompanhar uma história inspirada em fábulas, onde vocês poderão se deliciar com a inocência e a pureza encontrada na leitura.
Apresento a vocês: "O Coelho, o Urso Panda e a caverna."

"Certa vez, um coelho de estimação cansado da sua vida monótona, resolve fugir de casa para ir em busca de novas aventuras. Na floresta, ambiente desconhecido do Coelho, o pequeno animalzinho se depara com barulhos que o assustam, predadores enormes e escuridão durante a noite.
O Coelho já estava se arrependendo da ideia que teve de fugir de casa, quando encontrou uma caverna. Ao entrar lá, ele encontrou uma outra criatura que lhe parecia familiar de alguma forma, mas logo se assustou com a voracidade de tal animal. O Urso Panda, que habitava na caverna, escondia uma marca especial que fazia ele ser diferente de todos os outros ursos pandas, e a caverna era um esconderijo solitário onde ele poderia fugir daqueles que o procuravam por ser tão diferente dos outros.
O Coelho começou a ficar confuso com a figura daquele animal. Apesar dele ser tão grande e voraz, era ao mesmo tempo doce e despertava o encantamento e curiosidade do Coelho e ele iria fazer de tudo para saber um pouco mais sobre aquele Urso Panda."

Sábado que vem, confira o primeiro capítulo de "O Coelho, o Urso Panda e a caverna.", Aqui no blog.

PS: Já que nas últimas semanas eu venho postado bastante durante a madrugada, resolvi fixar os dias de postagens como: Segunda (Comentando os Trends) , Quarta (Talking About Love) e Sábado (O Coelho, o Urso Panda e a caverna) .


quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Talking About Love #16

Acho que aceitei que você é minha sina, e apesar de você me perder, eu nunca te perderei, nem aqui e nem no além.

Melhor assim, assumir que eu te amo e mesmo que você não me ame mais e eu arrume um outro alguém, guardarei esse segredo comigo e mais ninguém.

Foi com você que conheci o amor. E apesar de hoje em dia ter restado tanto rancor, eu sei que valeu a pena,  acima de qualquer dor.

Foi muito lindo viver você.
Foi um sonho em que eu despertei.
E todas as noites durmo desejando sonhar contigo outra vez.

domingo, 6 de dezembro de 2015

Comentando os Trends #13

Nesse fim de semana no twitter, uns dos grandes destaques ficou por conta dos assuntos relacionados à política do Brasil e ao esporte, porém, assuntos sobre música e TV se sobressaíram ficando como os destaques do fim de semana.

1: #EDCnoMultishow - Na sexta e sábado, 04 e 05 de dezembro, aconteceu em São Paulo no autódromo de Iterlagos, o festival "Electric Daisy Carnival - EDC". 
O festival para amantes da música eletrônica aconteceu pela primeira vez no Brasil, e foi exibido pelo canal de tv fechada "Multishow".
O festival levou o público para o um mundo paralelo, cheio de fantasias, cores e fogos de artifícios.
Além de se divertir ao som de DJs renomados, o público (mais de 90 mil pessoas nos dois dias) também prestigiou números de danças e malabarismos.
O festival que nasceu em 1997 em Los Angeles, promete voltar ao Brasil em 2016 para uma segunda edição.

2: Marília Pêra - Na manhã do sábado , 05, a artista Marília Pêra faleceu no Rio de Janeiro. Marília lutava contra o câncer de pulmão por dois anos e recentemente se afastou dos trabalhos durante um ano por conta de desgaste ósseo na região lombar.
Marília Pêra era considerada uma das artistas mais completas do Brasil. Com 50 peças, 30 filmes e por volta de 40 novelas, minisséries e programas de TV no currículo, Marília além de atriz, também era cantora, produtora, diretora, bailarina, coreógrafa e também já tinha escrito um livro.
O velório da atriz aconteceu na tarde de sábado no Teatro Leblon, na sala Marília Pêra.

3: #DançaDosFamosos - Domingo, 06, aconteceu a final da competição "Dança dos Famosos" no Domingão do Faustão da Rede Globo.
Viviane Araújo foi a grande campeã, desbancando Arthur Aguiar, que ficou em segundo lugar, e Mariana Santos que chegou ao terceiro lugar depois de ter voltado da repescagem.
Arthur Aguiar era um dos favoritos do público da internet desde a estreia dessa edição, mas, Viviane Araújo foi ganhando destaque, levantando também um favoritismo.
A campeã Viviane Araújo, levou junto com seu parceiro Marcelo Grangeiro, além do troféu de campeões da "Dança dos Famosos", um carro 0km.

Hoje ficamos por aqui e até semana que vem.

sábado, 5 de dezembro de 2015

A Vingança de Maria. #FINAL

Quatro dias se passaram e as buscas por Everton ainda continuavam intensas. Depois dele ter matado Renata na delegacia e ter conseguido fugir, o caso de "Maria" finalmente começou a fazer sentido para a justiça e para a imprensa. Todos os jornais já estampavam a cara de Everton como assassino e fugitivo da polícia e consequentemente como o principal suspeito dos assassinatos anteriores.
Na Delegacia da Mulher, Angela trabalhava investigando sobre todas as vítimas que passaram pela delegacia anteriormente.
Fora da delegacia da mulher, a impressa cercava a entrada esperando por alguma notícia nova.
Não tão longe dali, na outra delegacia, que Detetive Oscar passou a liderar, também estava sempre cercada por curiosos e repórteres.
O contato entre Delegada Angela e Detetive Oscar tinha se estreitado nos últimos dias, e o detetive via cada vez mais chances de conseguir ter alguma relação casual com a delegada, e lembrando disso, ligou para tentar convencê-la ir para o jantar que o mesmo tinha proposto:
- Oi, Angela.
- Oi, Oscar. Muitos repórteres por aí ainda?
- Sempre. Mas nenhuma novidade. E por aí?
- Estou na mesma. Mas, porque me ligou? 
- Queria confirmar nosso jantarzinho de hoje. Sei que não é o melhor momento pra comemorações, mas, será só um simples jantar em minha casa pra não passarmos o Réveillon em branco.
- Não sei, Oscar. Ana está mal com tudo isso que tá acontecendo. E jamais deixarei ela sozinha.
- Leva ela também. Será bem-vinda.
- Tentarei convencê-la.
- Aguardo a resposta. Beijos.
- Beijos. -
Delegada Angela se despediu e desligou o telefone, enquanto saía da Delegacia da Mulher, enfrentando várias perguntas de jornalistas:
- Delegada, como você se sentiu ao saber que seu irmão é o responsável pelos crimes de "Maria"?
- Ainda não sabemos disso. São só especulações.
- Mas ele matou a pessoa que prometia revelar o tal assassino, e ainda está como fugitivo...
- Isso não significa que o caso acabou. Estamos trabalhando nas buscas e nas investigações. -
Finalmente em casa, Delegada Angela conseguiu levantar os ânimos de Ana que estava para baixo desde a fuga de Everton.
- Que bom que você aceitou ir comigo pra casa do Detetive. É só um jantar, prometo voltar cedo pra casa. Vou ligar pra ele e confirmar nossa presença, tá?
- Tá bom. -
Enquanto procurava o número do detetive nas últimas chamadas, delegada Angela recebeu uma mensagem de texto que mudou sua feição.
- Ana, não iremos mais.
- Ué, por qual motivo?
- Detetive cancelou. Disse que apareceu mais trabalhos na delegacia e que não poderá nos recepcionar hoje. -
Neste momento, Angela pegou sua bolsa, e levantou-se dizendo:
- Ana, já volto. Preciso tomar um ar e ficar sozinha um pouco. Vou dar uma volta.
- Tá bom, Angela. Ficarei aqui te esperando voltar. -
Angela saiu em sua moto preta e ninguém mais ouviu falar dela no restante da noite.
Era quase meia-noite, e a cidade inteira estava ansiosa para ver a queima de fogos. Longe do tumulto, no alto da cidade, havia a casa de Leila Vianna, sempre calma e sem vizinhança, porém, nos fundos dessa casa estava acontecendo uma movimentação.
- Detetive Oscar? O que está fazendo aqui? - Resmungou Delegada Angela
- Angela? Eu que te pergunto. O que está fazendo aqui? - Questionou Oscar
- Eu sabia desde o começo que isso era uma armadilha pra mim. - Disse Everton saindo de trás de uma enorme caixa de madeira que estava ao lado do Detetive Oscar, enquanto ouviam a queima de fogos que avisava que o novo ano já tinha chegado.
- Fique parado! Agora. - Disse Detetive Oscar apontando sua arma em direção à Everton. 
- Tenham calma os dois. Vamos entender o que tá acontecendo aqui. Qual o motivo de vocês estarem aqui? - Perguntou Delegada Angela.
- Você sempre quer perguntar, mas, nunca responder né delegada?
- Não seja por isso, detetive. Recebi uma mensagem de texto de número desconhecido, que prometia revelar ser "Maria", caso eu vinhesse aqui à meia-noite, sozinha. - 
Explicou a delegada, enquanto mostrava a mensagem para eles. -
E coincidentemente, recebi essa mensagem logo após o cancelamento do seu "jantarzinho."
- Eu também recebi a mesma mensagem, por isso cancelei tudo de última hora.
- Eu também recebi essa mensagem. - Disse Everton que assim como Angela e Oscar, mostravam a prova em seus respectivos celulares.
- E por que alguém faria isso? E escolheria justo esse lugar? - Questinou Detetive Oscar.
- Acho que alguém quer que sejamos filmados. - Respondeu Delegada Angela enquanto apontava para as câmeras de segurança da casa de Leila Vianna.
- Eu disse que essa Leila tinha haver com os crimes. Não vamos esperar ela aparecer aqui, vamos lá. - Disse Oscar com raiva.
- Sempre precipitado não é, Detetive Oscar? O que é essa caixa aí do seu lado? - Perguntou Angela
- Não sei. -
Nesse momento, um barulho começou a vir da caixa, e Detetive Oscar quebrou-a com murros e pontapés até revelar o que tinha dentro.
- ANA. - Gritou Everton, indo em direção dela que estava dentro da caixa. Ana se encontrava semi-desacordada, com mãos e pernas amarradas, e um pano da boca.
- Fica aí onde você está. Não se aproxime dela. - Disse o Detetive apontando a arma para Everton - Você matou Renata, fugiu por todos esses dias e aparece hoje aqui. O que você tem haver com isso? Não vou cair nessa.
- Eu não posso dizer porque matei Renata. Mas eu não sou "Maria". Eu não cometi aqueles assassinatos.
- Por que você não pode dizer o motivo de ter matado Renata? - Perguntou Angela
- Mana, ela sabia meu segredo...
- Que segredo? - Perguntou Detetive Oscar com raiva.
- Não posso falar. - Falou Everton colocando as mãos na cabeça. - No mesmo dia da morte do Delegado William, Renata me procurou, e disse que sabia o segredo de nossa família. Mandei ela sumir, e ela foi pra delegacia no outro dia... Ela não ia falar nada sobre "Maria", ela só queria nos humilhar.
- Por que você não diz qual é esse segredo? - Insistiu Detetive Oscar.
- Diz, Everton. Você precisa dizer. - Disse Delegada Angela.
- Não...- Negou Everton.
- Everton conhece Ana desde quando ela ainda era uma criança de 8 anos e ele um adulto de 18. Everton era instrutor no colégio em que Ana estudava, e os dois começaram a ter um caso...
- Para, mana, por favor.
- ... Até que certo dia a Diretora do colégio flagrou os dois fazendo sexo numa sala que não estava havendo aula. Foi um choque para nossa família e para a família de Ana, que abandonou a garota. A pedidos da diretora do colégio, nós mudamos de cidade e vinhemos pra Angra. A diretora e a família de Ana manteve o silêncio e aqui criei Ana e continuei cuidando de Everton. Por muito tempo mantive os dois afastados, mas Ana cresceu e fez sua escolha.
- Se apaixonou por um monstro. - Resmungou Detetive Oscar - Seu pedófilo, você merece cadeia. Além de tudo isso, virou um assassino.
- Mana, me ajuda. Eu não sou um assassino. Errei no passado, mas não sou um assassino em série. Só fiquei com medo de Renata trazer esse segredo à tona.
- Eu concordo com o Detetive. Você foi um monstro. E é um assassino.
- Mana, por que tá dizendo isso? Ana me perdoou pelo meu erro do passado... - Disse Everton, indo em direção a caixa em que Ana ainda estava semi-desacordada.
- Não venha aqui. Afaste-se dela. - Disse Detetive Oscar apontando a arma para Everton, que não se acalmava.
- Chega disso tudo. Isso é uma armadilha pra mim. Chega, chega. Isso é culpa sua, detetive. Você nunca foi com minha cara né? Você quer me ver preso. Quer me matar. - Disse Everton tentando se aproximar da caixa.
- Já disse para se manter afastado. Você não vai tirar ela daí. Se renda e vamos para a delegacia que é mais fácil. - Disse Detetive Oscar mantendo a arma em direção a Everton que por sua vez sacou sua arma do bolso e apontou para o Detetive.
- Não vou me entregar. Não vou pagar por todos aqueles crimes. Não foi eu. Me deixa ver se Ana está bem, só quero fazer isso.
- Se afasta se não eu atiro. -
E com o barulho do gatilho, iniciou-se a sequência rápida de tiros.
Primeiro, o tiro de Everton que atingiu a perna do Detetive Oscar, depois o tiro do Detetive que pegou em cheio no braço de Everton que em seguida acertou o peito esquerdo do detetive Oscar com mais um tiro, enquanto recebia o último tiro fatal em sua cabeça.
Com Everton caído ao chão e Detetive Oscar agonizando, Delegada Angela foi até Ana, pegou uma siringa que estava na caixa e injetou no pescoço da garota enquanto a abraçava, e com isso, fez ela desmaiar.
Com sangue saindo pela boca, mas ainda com os olhos abertos, Detetive Oscar ainda conseguia ouvir a Delegada:
- Vocês homens... Se acham tão espertos, mas são tão burros... Achou que ia sair ileso dessa detetive? Seu jeito mesquinho, arrogante, sempre se achando superior a qualquer um. Sempre colocando meu trabalho pra baixo, sempre achando que pode conquistar qualquer uma com seu corpo e seu papo barato... Mas, detetive, não sou qualquer uma. Não é só meu irmão que merecia cadeia, assédio sexual também é crime. E é de longe uma das suas atividades preferidas... Ou melhor, era. - Sorriu ironicamente, enquanto via os olhos do Detetive se fechando. 
- E você meu irmãozinho. - Falou ela enquanto se agachava ao lado do corpo de Everton. - Achou mesmo que eu ia esquecer de você? Ana pode ter te perdoado, mas eu não. Eu era nova demais quando tudo aconteceu, não consegui tomar as providências mais corretas na época, mas você teve seu fim agora... Uma cópia perfeita do nosso pai... Ser criada com dois machistas dentro de casa, me fez querer lutar contra isso. E hoje, vocês podem praticar o machismo de vocês no inferno. A mamãe deve tá orgulhosa de mim. Lembro como hoje daqueles olhos de agonia quando papai matou ela com facadas, enquanto éramos crianças... Ela pedia socorro, sabia que eu podia ajudar. Ainda bem que papai foi morto assim que pisou na cadeia. E Mamãe não ia gostar de ver o que você se tornou, Maninho. Além de tudo, nunca deixou de ser inconsequente... Carregava o peso da pedofilia nas costas que nem percebeu que o segredo que Renata sabia, era relacionado a mim. A vi no dia em que matei o Delegado William, ela estava lá indo para a delegacia se entregar e dispensei ela. Depois deve ter ficado sabendo da morte dele... E como tinha me visto lá... Mas, maninho, você foi ótimo com todo esse show. Obrigada. -
Delegada Angela se levantou, foi em direção a Ana e colocou ela em seus braços. Sem olhar para trás, Delegada Angela foi em direção da casa de Leila Vianna.
- SOCORRO! Alguém nos ajude. Alguém, por favor nos ajude. -
Depois de gritar na porta da casa de Leila, a empregada veio correndo ver do que se tratava.
- Oi... Delegada. O que houve? Meu Deus!
- Por favor nos ajude. Estávamos com "Maria", mas esse assassino agora está morto.
- Nossa! Entra! No que eu e dona Leila poderemos ajudar? -
Na manhã do dia 1° de Janeiro de 2015, estava em todos os jornais o fim da história de "Maria." Com a ajuda das câmeras de segurança que captaram as imagens na noite anterior, o país inteiro compreendeu o fim. Delegada Angela deu voz ao que as pessoas não podiam ouvir nas filmagens que por sua vez não tinha áudio.
- Meu irmão estava louco. Rendeu Ana e ameaçou matá-la caso continuássemos com a busca para prendê-lo. Não sei o que houve com ele, mas ele perdeu o juízo. Ele ia agredir Ana quando o Detetive tentou contê-lo... E a troca de tiros causou a tragédia da morte de ambos.
Ana não se lembra de nada, pois Everton dopou ela com uma droga muito forte, que a perícia vai descobrir qual é, pois ele deixou a seringa lá na caixa, eu mesma peguei e vi. Um final triste, mas, finalmente chegou o fim de "Maria" em Angra dos Reis.

6 de Fevereiro de 2015, Niterói - RJ.
Um dia ensolarado de calor recebia as novas habitantes da cidade. Depois da tragédia, Angela e Ana resolveram deixar Angra dos Reis no passado. Enquanto tomavam um café na varanda da casa nova, as duas conversavam:
- Ana, você nunca me falou se já tentou contato com sua família depois que nos mudamos para o Rio de Janeiro.
- Tentei, várias vezes. Mas me tratam como a vergonha da família, menos minha mãe. Ela tem muita vontade de me ver, mas tem medo de apanhar do meu pai.
- Apanhar?
- Sim, agressividade sempre foi um ponto forte dele... Por que você acha que ele me expulsou de casa? Ele culpa minha mãe por tudo o que aconteceu. Diz que virei puta logo cedo por causa da criação dela... Horrível isso.
- Eles ainda moram em São Paulo?
- Moram sim. -
No outro dia de manhã, Ana acordou e não encontrou Angela em casa, só encontrou um aviso escrito em um papel que estava na mesa, dizendo: "Ana, vou ter que resolver uma coisas pendentes nesse fim de semana. Espero que você se cuide bem e na segunda eu volto. Beijos, Angela."
Ao lado, estava o notebook aberto e Ana se aproximou para ver a página que estava na tela, na página dizia: "Compra de passagem aérea para São Paulo, realizada com sucesso."

Fim.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Viajando com Franklin #05

De volta à São Paulo - O final 

A primeira semana que fiquei em São Paulo nessa viajem foi a que antecedia os shows de Paramore. Eu já estava sem dormir bem há meses de tanta ansiedade, e pra completar, peguei uma virose das fortes, com direito a gripe, febre e muita dor de garganta. Ou seja, eu estava fisicamente e emocionalmente destruído e isso me fez ficar grande parte da minha estadia de molho em casa. Além de Paramore, eu era bastante fã de uma banda nacional de pop-rock chamada CW7, e mexendo nas redes sociais, descobri que eles fariam um encontro com fãs pra promover um show, justo na semana que eu cheguei. Jamais poderia deixar essa chance de conhecê-los escapar, e foi com o bolso da calça cheio de remédios e todo agasalhado, que fui em busca dos integrantes da CW7.
Além de ônibus, eu tinha que pegar também o metrô e era a primeira vez que eu estava numa estação de metrô. Minha tia e meus primos nunca podiam me fazer companhia por causa de outros compromissos, mas sempre me instruíam antes de eu sair de casa, apesar de que muitas coisas eram bem diferentes do que eles explicavam, mas eu sempre me virava.
Depois de sair do metrô, ainda fiquei horas procurando a rua de onde iria acontecer o tal encontro. Comecei a perceber que poderia estar no lugar errado, pois já tinha andado pra cacete e nada de ver esse local. Resolvi voltar todo o percurso que tinha feito, acabei indo para o sentido oposto e vi que o lugar era bem do lado da saída da estação do metrô. 
O local era um estúdio e tinha alguns fãs na porta. Quando entrei, a produtora da banda me informou que o encontro já tinha chegado ao fim, porém, ia falar com eles pra me receberem mesmo assim.
Tive que comprar até ingresso pra o show que nem fui por motivos de ter acontecido um mês depois que eu fui embora de Sampa.
Enfim, entrei no estúdio e tirei várias fotos com Mia, Pipo, Paulinho e Léo, os integrantes da CW7. Depois de bater muito papo com eles, voltei pra casa super feliz com uma revista autografada e tudo, disfarçando minha febre e dor de garganta com um sorriso de orelha a orelha.
E finamente o bendito dia do show de Paramore chegou, e eu tava com tanto medo de não conseguir voltar pra casa, que coloquei várias coisas na mochila e me mandei para o "Espaço das Américas" na Barra Funda. Ao chegar lá, me deparei com uma fila enorme, porém fiquei na minha, pois eu só tinha ingresso para o segundo show, que iria acontecer no outro dia.
Fiquei vendo vários produtos da banda que vendia lá na portaria, enquanto aguardava minha amiga. Sim, ela mesma. Lembram daquela amiga que eu falo no primeiro post sobre as viagens? Ela que morava no litoral e eu não fui conhecer porque todos diziam que ela ia me estuprar, agora tava morando na capital e foi me ver. Por fim, depois de aguardá-la, ela chegou com uma outra amiga e me levou pra algum lugar que eu não tinha ideia onde era. Nesse lugar tinha várias lojas e vários camelôs, e fizemos algumas comprinhas. Inclusive foi nesse dia que fui a primeira vez em um sexshop. Foi bastante divertido, mas tinha que voltar pra o lugar do show.
Voltei e já estava de noite. Ainda não tinha ideia como faria pra entrar no show. Tinha em mãos um cartão de crédito e 100 reais. Eu poderia ter dividido o valor do ingresso entre o cartão e o dinheiro, mas não queria dar mais despesas para minha mãe. Até que uma cambista passou vendendo um ingresso premium por 100 reais. Depois de 3 minutos analisando o ingresso, comprei e não contei história. Fui correndo na maior alegria para entrar no "Espaço das Américas". Eu não tava acreditando que finalmente ia ver Hayley, Taylor e Jeremy, meu Jeremy paixão platônica eterna. Estava sonhando acordado, quando fui desperto pelo cara da portaria dizendo: "Esse ingresso é falso."
Meu mundo desabou e eu fiquei tão revoltado, que saí querendo matar a mulher que me vendeu, mas ela já tava longe nessa hora. Alguns fãs que não conseguiram comprar o ingresso e estavam na portaria, ficaram me consolando, até que ouvimos a voz de Hayley Williams soando no microfone. 
Quando ouvi começar a música "Misery Business", não aguentei. Fui correndo na bilheteria, comprei um ingresso com o cartão de crédito, e entrei no show. Mesmo vendo lá de trás e não enxergando muita coisa, foi maravilhoso.
No fim do show fui correndo pegar meu ônibus que saia em menos de 20 minutos do horário que o show acabou. Era o último ônibus e se eu não pegasse ele, teria que dormir na rua. Uma passarela enorme não facilitava, mas, cheguei a tempo. E em casa, mal dormi pensando em tudo o que aconteceu, e lógico, como eu iria contar pra minha mãe que viria uma conta salgada na fatura do cartão. 
Mal fechei os olhos e o outro dia já bateu na minha porta. Tinha mais um show e dessa vez eu iria de pista premium e não tinha nenhuma cambista para me enganar.
Dessa vez, cheguei e fui direto pra fila. Conheci algumas pessoas, mas logo me perdi de todos quando entrei no lugar do show. Agora eu estava bem mais perto do palco e ia prestigiar tudo da forma que eu queria. Uma banda desconhecida abriu o show e logo em seguida, Paramore entrou e eu fiquei hipnotizado com a beleza daqueles seres que no show anterior, não conseguia enxergar de tão longe que estava.
Gritei, pulei, cantei. Foi o melhor show da minha vida. Quando acabou, foi a mesma correria do dia anterior, e enquanto eu corria pra enfrentar uma passarela, achei um bottom de Paramore no chão e guardo até hoje como se fosse um amuleto da sorte.
Depois dos shows, ainda me restavam alguns dias em Sampa, e marquei mais uma vez de encontrar minha amiga, que não era estupradora como dizia meu primo e meu irmão, na viagem anterior.
Fomos dessa vez na galeria do rock, e amei aquele lugar, tem tantos andares que terminamos a tarde e ainda não tínhamos nem chegado na metade.
Depois daí, quando eu não tinha mais tempo pra fazer nada, minha doença foi totalmente embora, não tinha mais febre, nem gripe e nem dor de garganta. Mas estava sem dinheiro e com os dias contados para voltar pra casa.
Fiquei sem encontrar com muitas pessoas que queria ver, mas não pude, e não me permito voltar à SP e sair de lá sem ver todos os meus amigos, na minha próxima visita.
Somente no dia em que volto pra minha cidade, foi o único dia em que fez sol e calor em Sampa, durante minha estadia.
Tirando o trânsito e a possibilidade de eu perder meu voo, minha volta pra casa foi tranquila, tendo como presente de despedida, um protesto dentro do aeroporto, e o céu ficando preto trazendo uma tempestade, contrariando o sol forte que estava pela manhã. São Paulo, sendo São Paulo.

O quadro sobre minhas viagens acaba hoje, mas voltamos numa próxima temporada, com outras aventuras minhas. Semana que vem, volto a postar meus textos, poesias e poemas sobre amor, com a volta do "Talking about love". Até lá.

domingo, 29 de novembro de 2015

Comentando os Trends #12

Oi pessoas. O "Comentando os Trends" de hoje vai falar sobre música, TV, e claro, sobre LIQUIDAÇÃO. Vamos lá? 

1: #BlackFriday - Na sexta-feira passada aconteceu a 6ª edição da Black Friday no Brasil, que também ocorreu em seu lugar de origem nos EUA.
A sexta-feira mais esperada do ano para os fanáticos por compras, rendeu mais de 1,5 milhão de reais só em vendas on-line no Brasil. Foram mais de 3 milhões de pedidos de compras, e no topo dos pedidos, ficou os eletrodomésticos, seguido pelos celulares e smartphones.
Apesar da crise econômica do nosso país, a Black Friday rendeu mais que o dobro que o ano passado, mas dividiu opiniões.
Muitos dizem que a Black Friday é uma propaganda enganosa, pois segundo algumas pessoas, o preço que prometem abaixar, na verdade não abaixam, e tem relatos de pessoas que se depararam com preços até maior do que estava antes da dita "promoção". Na opinião de alguns usuários da internet, por ter uma mídia muito grande, as pessoas acabam participando e comprando, muitas vezes sem perceber que os preços não estão tão baixos assim.
Por outro lado, muitos fãs da famosa Black Friday, guardaram seu dinheiro para gastar na sexta, pois, dizem achar descontos que valem a pena.
O movimento também foi marcado pelas reclamações no procon e no site "Reclame Aqui", porém, segundo os números, a quantidade de reclamações no ano de 2014 foi muito maior.

2: SEM MARA SEM AUDIÊNCIA - Fãs da cantora Mara Maravilha, se revoltaram nesse fim de semana com a eliminação da participante do reality show "A fazenda" da Rede Record.
Fãs acusam a emissora de manipulação, pois a vitória da cantora já era dada como certa por muitos.
Os números da audiência do reality após a eliminação da cantora caíram, e consequentemente a audiência dos programas que ela foi convidada após a saída, aumentaram.
Mara Maravilha, chamada por muitos, de protagonista da edição, declarou torcida para a participante Ana Paula Minerato e disse que não pediu para sair do programa antes, pois não podia pagar a multa de quebra de contrato.
Muitos fãs também estão fazendo campanha para a cantora voltar ao SBT, emissora que já foi apresentadora.

3: #LatinGrammy - Na madrugada de sábado para domingo, o SBT resolveu exibir a 16ª edição da premiação musical mais famosa da América Latina. Depois da revolta dos telespectadores com o cancelamento da exibição que seria no sábado anterior, o SBT voltou ao atrás e exibiu a premiação.
O Grammy latino foi apresentado na emissora pela jornalista Nadja Haddad e o produtor musical Rick Bonadio.

Hoje ficamos por aqui e até a próxima semana :)

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

A Vingança de Maria #04

Ao chegar na delegacia, Detetive Oscar e Delegada Angela se depararam com o transtorno que se encontrava no local. Muitos curiosos eram contidos pelos policiais que tentavam acalmar a situação.
O escritório do Delegado William, local exato que aconteceu o crime, estava interditado, aguardando a chegada daqueles que enfim poderiam assumir o andamento do caso.
Delegada Angela e Detetive Oscar, entraram apreensivos no escritório. Os peritos que lá se encontravam, preferiram deixá-los a sós, já que o Delegado William era um colega de trabalho deles e não apenas uma vítima desconhecida como os anteriores.
Havia um saco preto fechado com zíper, e lá estava Delegado William. Delegada Angela se absteve da curiosidade e preferiu não olhar a situação do corpo, mas o Detetive Oscar detalhou o estado como se fosse um caso como qualquer outro.
- Nossa. Uma facada certeira na cabeça e os peritos disseram que como os outros crimes, também mutilaram o pênis dele. Mas o que o delegado fez, além de seu trabalho, para incitar tanto ódio de "Maria"?
- Pelo jeito, "Maria" não odiava só o delegado. - Disse Delegada Angela apontado para a parede em frente a eles.
Na parede estava escrito com sangue, a frase: "Não tem nada a temer, Delegada Angela?"
- Por qual motivo escreveriam isso na parede? - Questionou Angela.
- Não se responde uma pergunta com outra pergunta. Não tem nada a temer, Delegada?
- O que você está querendo dizer? 
- "Maria" pelo jeito conhece você. E conhecia o delegado William. Pra pessoa escrever isso na parede na cena de crime do Delegado William, significa que o motivo do ódio é algo ligado a vocês dois.
- Tanto eu, quanto o delegado, estávamos nas buscas do assassino. É normal isso acontecer em casos extremos.
- Eu também estou nas buscas, trabalhando incansavelmente nos casos. E não tem nenhuma frase ameaçadora pra mim. Tem certeza que você não tem nada a temer, Delegada?
- Detetive, quando você me procurou, disse que já tinha acontecido três mortes seguindo a mesma linha de raciocínio. Não houve tempo de você me contar detalhes, mas ouvi que as três vítimas já haviam passado na minha delegacia por cometer crimes contra mulheres, porém observamos uma diferença nesses casos. Uma das vítimas ainda estava em julgamento quando ocorreu o assassinato dele. Podemos ir para minha delegacia falar sobre isso? -
Em total acordo, Detetive William seguiu Delegada Angela, enquanto os peritos voltavam à procurar pistas no escritório do Delegado William.
Ao entrar na delegacia da mulher de Angra dos Reis. Everton já estava lá sentado em sua habitual mesa, concentrado na leitura de vários papéis.
- Oi mana, assim que você me ligou vim correndo pra cá. O nome dele era Jhonatan Vianna. Você lembra dele? Filho de pais ricos, herdou a empresa deles, mas era louco. Deu um tiro na esposa quando ela estava perto de ter bebê, e até hoje tanto a mulher quanto o bebê, tem sequelas.
- Impossível esquecer do caso do Jhonatan. Um caso que eu perdi...
- Mas, isso é um absurdo! Como esse rapaz ainda não tinha sido preso por esses crimes horríveis? Por um momento pensei até em agradecer "Maria", por ter nos livrado dele.
- Pois é, detetive. A justiça começou a trabalhar devagar no caso dele. De início, lutei muito pra que ele não conseguisse um Habeas Corpus, mas acabou conseguindo. E a esposa dele teve que continuar convivendo com ele...
- E o que o delegado William tinha haver com isso tudo?
- É aí que tá o problema todo. A arma que Jhonatan usou pra atirar na esposa, tava registava no nome do delegado William. Os dois eram amigos de infância, praticamente família pois essa amizade já vinha da geração anterior. Os pais deles também eram amigos. Aparentemente, Delegado William emprestou a arma para Jhonatan. Provavelmente ele não sabia do temperamento explosivo do amigo, dentro de casa. Esse envolvimento com o delegado fez o caso andar nas escuras e nas caladas. E cada vez mais devagar. Delegado William era honesto, mas cometeu esse deslize que com certeza "Maria" não perdoou, e também não me perdoou...
- O que você deve pra "Maria"?
- Eu não consegui prender Jhonatan nem com a ajuda dos melhores advogados. Todo mundo que vinha de fora da cidade acabava sendo comprado e ia embora, os da cidade não eram cofiáveis. Até que certo dia, fui ameaçada diretamente para desistir desse caso, e que a delegacia do William iria cuidar disso a partir daquele momento. Se eu continuasse, poderia perder meu cargo aqui na cidade.
- Quem te ameaçou?
- O próprio William. Foi um dos motivos que eu fiquei com o pé atrás quando fui convidada a participar das investigações atuais. Continuamos nos respeitando depois do que aconteceu, mas havia muitas divergências em nossos conceitos. E você sabe o quanto ele era respeitado e por ser muito mais antigo do que eu, aqui na cidade, perderia fácil meu cargo. Acabei entregando o caso, fui covarde.
- Você não foi covarde, foi o certo a se fazer. Talvez se você tivesse continuado, não estaria mais na cidade e muitos casos que você ajudou a solucionar, não teria sido solucionado. - Falou Detetive Oscar, segurando as mãos da Delegada Angela.
No mesmo tempo, a Delegada soltou as mãos das dele e sugeriu:
- Temos que conversar com a viúva de Jhonatan. A pessoa que está envolvida nesse caso sabe algumas coisas e ela também sabe muita coisa. Talvez ela possa nos ajudar. -
Leila Vianna, morava com seu bebê na enorme casa que herdou do falecido marido. Uma de suas empregadas, veio atender quando Delegada Angela, junto com Everton e Detetive Oscar, bateram à porta.
- Boa tarde, somos da polícia e queremos falar com a Leila. Ela se encontra?
- Sim, vou chamá-la. Vocês podem entrar e ficar a vontade. -
Enquanto observavam calmamente os quadros e lustres daquela sala, a empregada voltava trazendo Leila numa cadeira de rodas, segurando um bebê nos braços.
- Eu não tinha noção que sua situação era essa... - Falou o Detetive Oscar, em relação à cadeira de rodas.
- Boa tarde, o que vocês desejam? É sobre a morte de William né? Já fiquei sabendo. Muito triste.
- A senhora tinha mesmo motivos pra ficar triste por ele? - Disse detetive Oscar, prontamente sendo interrompido pela Delegada Angela
- Calma, Oscar! Vamos com calma.
- Não, delegada. Pode deixar, eu estou bem. Não tenho motivos nenhum para odiá-lo. E eu sei de tudo o que se passou. Ninguém me dizia, mas eu ouvia sempre. Inclusive foi a mania de ouvir que me trouxe pra essa situação...
- Leila, quando você esteve na delegacia da mulher eu te falei que não foi mania nenhuma que fez o Jhonatan fazer isso. Você era apenas uma mulher desconfiada e estava certa. Ouviu, ouviu, ouviu e descobriu as várias traições dele contigo...
- Até que por fim, eu finalmente quis falar ao invés de ouvir, quis reivindicar meus direitos como esposa, e ele fez isso comigo, mas sabe delegada, sabe detetive, eu não odeio Jhonatan. Eu vou sempre amá-lo, por mais que eu quisesse que ele tivesse pago pelo que cometeu. Só que ódio eu não tinha, quanto mais para William, um amigo. Tudo o que William fez foi visando o bem de seu amigo. E mesmo se eu tivesse com o ódio mais forte do mundo, não poderia fazer nada. Olha minha situação.
- Você não poderia fazer, mas poderia encaminhar. - Disse Detetive Oscar seriamente.
- Não foi ela! Leila, muito obrigada por nos receber, e se souber de alguma coisa liga pra delegacia da mulher. Ficarei de plantão hoje. - Saiu da sala Delegada Angela, levando consigo, seu irmão e seu companheiro de buscas.
- Como você tem tanta certeza que ela não tem nada haver com isso, Delegada?
- Ela não tem motivos. Ela teria, se fosse uma pessoa rancorosa. Quando ela me procurou não foi por vingança, foi com medo e não foi com medo de morrer, foi medo do marido se tornar uma coisa pior do que ele já estava sendo. Isso é amor, detetive.
- As pessoas dizem morrer de amor, deve se matar por amor também.
- Disso eu não tenho certeza, mas sei que por ódio, se mata muito e eu não quero ser a próxima. Vou ficar de plantão na delegacia hoje estudando esses casos.
- Mana, vou contigo.
- Nada disso, Everton. Você tem que ficar com Ana. 
- Mas você não pode ficar sozinha. É muito perigoso.
- Eu fico com ela. - Disse Detetive Oscar - Se eu não for um incômodo.
- Tudo bem! Você pode passar a noite comigo. Me ajudará bastante. -
Na delegacia da mulher, Angela não parava de ler as fichas das primeiras vítimas de "Maria", em busca de pistas, enquanto detetive Oscar, procurava algo.
- Tem banheiro com chuveiro aqui?
- Tem lá atrás. Porquê?
- Tô morrendo de calor, percebi que a delegacia da mulher não recebe tantos recursos pra instalar um ar condicionado. Vou tomar um banho pra me refrescar. Já volto pra te ajudar, delegada. -
Alguns minutos depois, Detetive Oscar volta para o escritório, dessa vez sem camisa, e ainda um pouco molhado.
- Você perdeu os modos, detetive?
- Ah, só tem nós dois aqui. E minha camisa ficou molhada. Tive que me enxugar com ela já que não tem toalha aqui. -
Delegada Angela nunca tinha parado para prestar atenção, mas dessa vez teve que desviar das folhas de papel para admirar o corpo moreno e atlético do Detetive Oscar.
- Não sei como você aguenta esse calor aqui. Se eu fosse você iria tomar um banho pra relaxar.
- Não sei como estou aguentando também. Daqui a pouco desmaio.
- Vá tomar um banho que eu te aguardo aqui. Percebi que a porta do banheiro tá sem tranca, mas não vou invadir, há não ser que você tenha um piripaque. -
Os dois sorriram e a Delegada acabou seguindo o conselho de seu colega.
Enquanto a Delgada estava no banho, Detetive Oscar ouvia a água do chuveiro cair, até que algo mais barulhento o fez agir de ímpeto. Um barulho de algo pesado caindo no chão, o fez correr para o banheiro.
Esperando achar alguma coisa pouco agradável, Detetive Oscar foi surpreendido com o belo corpo da Delegada Angela que pegava no chão a madeira do singelo box de cortina de plástico, que tinha caído.
Mesmo conhecendo a fama da Delegada, os instintos do Detetive Oscar falaram mais alto que ele, que foi até a delegada, encostou-a na parede e deu um beijo quente.
- Quem disse que eu queria isso, detetive?
- A quanto tempo você não tem isso, delegada?
- Há muito tempo.
- Tem certeza que você não quer? -
O beijo correspondido de forma mais voraz, foi necessário para responder a pergunta.
Depois de quase uma hora debaixo do chuveiro, Delegada Angela e Detetive Oscar foram surpreendidos com alguém chamando na porta da delegacia. Rapidamente os dois se vestiram e foram verificar do que se tratava.
- Quem é? 
- Sou eu, mana.
- Oi, Everton. O que houve? - Perguntou a Delegada após abrir a porta e se deparar que Everton estava acompanhado de uma viatura.
- Vamos pra delegacia agora. Ligaram pra o detetive Oscar, mas ele não atendia. Foram na casa dele e não o encontraram. Acabaram indo lá em casa e eu disse que você estava aqui, já que também não atendia o celular.
- Mas o que aconteceu?
- A Renata apareceu. 
- E ela disse saber quem é "Maria". - Completou um policial que estava do lado. - Precisamos de vocês lá na delegacia. -
Na delegacia em uma sala que era dividida por um vidro, se encontrava, Everton, Delegada Angela, Detetive Oscar junto com outros detetives. No outro lado do vidro estava Renata, bem diferente da última vez que foi vista na casa com os outros travestis. Agora estava com um semblante sério, sem maquiagem e sem roupa extravagante, respondendo ao advogado que se encontrava do seu lado.
- Eu vim aqui porque sei quem matou o delegado. Sei quem matou os outros. Sei quem é "Maria" e não sou eu como estão dizendo. Matei sim, mas só matei Daphne e o meu ex-cliente. Estava fora de mim mas me arrependi e me entrego pois não vou pagar por outros crimes que nem pensei em cometer. Não tenho motivos pra cometer tais crimes, mas alguém tem.
- Quem? Você pode dizer agora em alto e bom som. -
O som da voz de Renata foi incapaz de ouvir por causa barulho do tiro que penetrou o vidro e atingiu em cheio sua cabeça.




quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Viajando com Franklin #04

Hi people!
Desde que criei esse quadro, tinha certeza que iria falar da minha viagem que fiz pra Caxias do Sul, porém, tava relembrando esses dias quando eu fui a última vez pra São Paulo em 2013 e iria falar sobre isso no último post do quadro, mas percebi que aconteceu muita coisa nessa viagem e não caberia em um único post. Sendo assim, deixo pra falar de Caxias do Sul numa próxima temporada e começarei a falar hoje sobre minha última ida à Sampa, fechando com chave de ouro na semana que vem.

De volta à São Paulo - Parte 1

Desde a decepção que foi a minha primeira ida à São Paulo, confesso que eu não tinha muita vontade de voltar pra lá. Até que certo dia estava navegando na internet, quando vi que Paramore, minha banda preferida, tinha divulgado uma turnê na América do Sul. Logo fui correndo ver se o Brasil estava no meio e me deparei com várias cidades que iria receber os shows. De Brasília, Rio De Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte e São Paulo, escolhi São Paulo pelo custo benefício. Além das passagens estarem mais baratas que os outros lugares, eu não iria pagar estadia, já que me ofereci pra ficar na casa da minha tia em Cotia, que já tinha ficado alguns dias na viajem anterior.
Na verdade, tudo aconteceu de forma muito natural, pois eu não tinha certeza se iria pra esse show. Até que em alguns dias depois que vi a divulgação da turnê, minha tia de SP ligou pra minha mãe pra fofocar. Aproveitei e falei com ela: "Tia, vou pra SP em Julho/Agosto pra um show."
Pronto. Depois desse dia, minha mãe colocou um limite do quanto eu poderia gastar, e achei as passagens dentro desse limite. Como eu comprei com 3 meses de antecedência, achei num preço razoável. No mesmo dia que comprei as passagens, comprei também meu ingresso do show. Em São Paulo a banda iria se apresentar em dois dias, só que apenas o preço de um ingresso cabia no limite do dinheiro que eu tinha no momento. Comprei o ingresso pra o segundo dia de show, na frontstage, e decidi que até a hora do show do primeiro dia, eu iria encontrar um jeito de conseguir entrar e ir pra os dois shows.
Por fim, 3 meses se passaram. Os meses mais lentos da minha vida que me encheram de ansiedade. Dessa vez eu iria viajar sozinho pela primeira vez, e tava adorando isso.
Mamis foi me levar no aeroporto e eu disse adeus à minha cidade calorenta. Fiz uma escala no aeroporto de Brasília, que inclusive é o aeroporto com mais gente bonita transitando que eu já estive até aqui. Todo aeroporto que eu piso eu compro revistas, e no de Brasília não foi diferente. Sair de lá com 4 revistas que uma ruiva muito simpática tava vendendo pra ajudar a pagar a faculdade. No final dessa viagem eu já tava pronto pra montar uma banca de revistas, com tantas que eu já tinha comprado. Quem gostava disso eram as senhoras que eu encontrava nos voos. Todo voo que fui, tinha sempre algum grupo de senhoras interessadas nas minhas revistas. Quando chegava no fim do voo, eu encontrava as revistas lá nas últimas poltronas do avião. Todas amavam.
Fiz essa viagem durante o inverno. Quando pisei a última vez antes de decolar, tava mais de 20° em Maceió, meu lugar de origem. Em Brasília tava fazendo calor e com um Solzão. Quando enfim pisei no aeroporto de Congonhas em SP, de cara eu não senti frio. Enquanto esperava minha mala passar na esteira, fiquei pensando: "Que povo fresco dizendo que aqui faz muito frio no inverno." Finalmente, depois de horas aguardando, e achando que tinha perdido minha mala, fui falar com os responsáveis e encontrei minha inconfundível mala preta com dois enormes pôsteres de Paramore.
Ninguém da minha família pôde me recepcionar no aeroporto, então eu tive que me virar e aprender que o ditado "Quem tem boca vai à Roma" realmente é verdade. Eu não precisava ir à Roma, mas precisava ir à Cotia. Quando coloquei meus pés fora do aeroporto, fiquei impactado com o frio que eu não senti quando estava dentro. Voltei correndo e vesti os 3 casacos que tava na minha bolsa.
Muita gente me ajudou com informações, foi a partir daí que peguei uma paixão pelo povo paulista. Me receberam muito bem. Tive que pegar dois ônibus e um táxi pra chegar no prédio que minha tia mora. Nisso, eu também tive que fazer uns trajetos a pé. Tava chovendo muito nessa noite e eu fiquei tão congelado pelo frio que em nenhum momento eu armei o guarda-chuva que tava o tempo todo na minha mão. Só vim perceber que tava todo molhado quando minha tia veio me buscar na portaria do prédio.
Cheguei em casa por volta de meia-noite. E tive que passar a noite embaixo de dezenas de lençóis e edredons. Antes disso minha tia ainda escaldou meus pés com água quente e já me medicou com alguns remédios. Depois de tanta chuva e de passar pelo maior frio que São Paulo teve nos últimos 20 anos, com 9º, eu não iria sair ileso. Ia passar apenas 15 dias por lá, quantos dias eu iria ficar preso por causa de um forte resfriado?
Continua.